O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), está convicto de que os oito anos de gestão que completará em 2024 renderão capital político substancial para o futuro candidato (a) do bloco governista no pleito do próximo ano e, por isso, não quer prescindir da coordenação do processo de escolha do nome que encabeçará a chapa do agrupamento.

Em entrevista publicada pelo site JLPolítica neste final de semana, Nogueira chama para si parte do êxito eleitoral de seu grupo em 2022.  “Aracaju foi fundamental na vitória de Fábio Mitidieri. Juntando os votos do interior todo, perdemos por 25 mil e aqui nós ganhamos com 66 mil. A diferença se deu aqui”, apontou.

Ele também não dá brechas para que outra liderança conduza a sua sucessão e confirma nomes de seu partido, Waneska Barboza, Luiz Roberto e Jeferson Passos, que já vinham sendo ventilados nos bastidores como possíveis pré-candidatos.

“Todo mundo que está no cargo, no momento da sua sucessão escolhe o seu candidato a sucessor. É da natureza da política, Fábio já afirmou isso plenamente e eu tenho confiança, porque eu confio plenamente nele. Por que? Porque Fábio tem sido comigo até hoje um político de palavra”, disse.

Ana Lícia Menezes/PMA

Essa é a primeira vez que Edvaldo faz declarações mais objetivas sobre o processo eleitoral que se avizinha. Também no sábado (12), durante encontro da juventude pedetista, o prefeito disse aos correligionários, mas como quem desejava ecoar para além da sigla, que “quem pensa que eu não vou escolher está enganado, eu vou escolher”, ressalvando que sua decisão será tomada após ouvir seus pares e a sociedade.

E para não deixar escapar o protagonismo que considera natural neste processo, o prefeito de Aracaju realizou uma série de movimentações nas últimas semanas com vistas a 2024, mexeu no secretariado, recriou a pasta da Articulação Política e busca também oxigenar a gestão com uma revisão completa do planejamento estratégico da gestão a fim de ter mais clareza das entregas que conseguirá fazer até o final deste segundo mandato.

“Aracaju nunca cresceu tanto, nunca teve tanto desenvolvimento e nunca esteve em um momento tão bom em sua vida como está agora, fruto desse tempo todo e sobretudo do projeto de 2017 até hoje”, disse Nogueira, que já tinha exercido cargo outras duas vezes. “O apoio expressado nas pesquisas, tudo leva a crer que a gestão é muito bem avaliada pela sociedade e que, com certeza, vai influenciar na eleição do sucessor”, pontuou.

Edvaldo precisará, no entanto, de bastante habilidade para lidar com os anseios de aliados que também já sinalizaram a pretensão de ocupar espaço majoritário na disputa pela Prefeitura de Aracaju, a exemplo do vereador Nitinho Vitale (PSD), além daqueles que são cotados nas conversas políticos, ainda que sem manifestações próprias, como Belivaldo Chagas (PSD) e Katarina Feitoza (PSD), o que ele não vê com estranheza. 

“É o momento mesmo de que todos os partidos da nossa coligação busquem lançar os seus nomes, projetar suas lideranças, para que nós, no momento seguinte - que é o ano que vem, na hora da escolha - tenhamos a possibilidade de escolher, conversar melhor, trocar ideias. Porque eu vou trabalhar para que o nome que eu escolha seja consensual e que a gente potencialize a sua vitória”, declarou.

O chefe do Executivo aracajuano também revelou que já tem bem delineado seus planos para quando deixar o comando da Prefeitura. Edvaldo pretende construir uma candidatura majoritária ao Senado Federal nas eleições de 2026, quando Sergipe poderá eleger duas cadeiras da Casa Maior, atualmente, ocupadas pelos senadores Rogério Carvalho (PT) e Alessandro Vieira (MDB). “Vou trabalhar para ser um candidato a senador na chapa de Fábio Mitidieri”, afirmou.