Sempre achei curioso como as pessoas falam de autoconfiança como se fosse um dom inato, um talento que alguns sortudos nascem carregando. Como se fosse aquela amiga que sabe assobiar ou dançar de salto sem tropeçar. Eu, particularmente, nunca enxerguei a autoconfiança assim. Não era algo que eu “sentia”, era algo que eu fazia.

Desde cedo, entendi que o mundo não iria parar para perguntar se eu estava pronta. Então, eu escolhia estar. Se eu esperasse pelo dia perfeito, ele jamais chegaria, então o jeito seria fazer mesmo sem a certeza absoluta do que estava fazendo. Autoconfiança nunca foi sobre “sentir-se capaz”. Foi sobre escolher ser.

O engraçado é que, quando você se escolhe, a vida responde. Não porque ela magicamente se dobra à sua vontade, mas porque sua postura muda. Você para de pedir licença pra tudo e passa a ocupar o espaço que, no fundo, sempre foi seu.

A questão é que confiar em si mesma é um exercício diário. Não é sobre nunca errar ou duvidar. É sobre acordar e decidir, de novo e de novo: Hoje vou me bancar. É aquele salto alto que você usa sabendo que vai machucar um pouco, mas que lhe faz sentir como se pudesse conquistar o mundo. É entrar em uma sala cheia de olhares e não esperar ser validada porque a validação já veio de você mesma, lá atrás, quando se aprontou para ir.

E sabe o que acontece quando você escolhe confiar em si? O mundo percebe. Não porque você grita sua força, mas porque ela transborda nas pequenas coisas: no jeito de andar, no tom de voz, no olhar que diz “eu estou onde deveria estar”.

Então, se me perguntam como consigo ser tão autoconfiante, não digo que é algo natural. Digo que é uma escolha. Todo santo dia. Porque amar quem eu sou e me bancar em cada decisão é o mínimo que posso fazer por mim.

E no final, autoconfiança é escolher ser leal a si mesma, ainda que o caminho seja incerto. É se escolher — de salto ou de tênis — e seguir em frente, sabendo que, onde quer que você esteja, o mundo é um lugar seu.