Dezembro e a dança da impermanência | Amanda Neuman | F5 News - Sergipe Atualizado

Dezembro e a dança da impermanência
Blogs e Colunas | Amanda Neuman 01/12/2024 16h49

Dezembro chegou hoje com seu passo leve e as memórias dos últimos onze meses. Como um álbum de fotografias que abrimos com cuidado, ele nos convida a revisitar os sorrisos, as lágrimas, os tropeços e os recomeços. Dezembro tem essa magia única: é o ponto final de um capítulo e o prólogo do próximo.

Enquanto o ano se despede, é impossível não sentir o peso da impermanência. Tudo muda. O que parecia eterno, desmoronou. O que era incerto, floresceu. A vida, afinal, é como as estações: ciclos que se sucedem, fases que se desenrolam sem pedir nossa permissão. Não podemos segurar o verão que se despede nem apressar a primavera que tarda. Tudo acontece no tempo que tem de ser.

Mas, veja bem, a impermanência não é cruel. Ela é uma artista. Pinta as nuances da nossa jornada com as cores da mudança, ensina que cada despedida carrega uma promessa e que cada perda abre espaço para o novo.

É em dezembro que mais sinto isso: o balanço entre o que foi e o que ainda pode ser. Olho para trás e percebo que certas certezas que eu tinha em janeiro já não me servem. Os medos que me paralisavam em março se dissiparam. Os sonhos que tracei em julho podem até ter mudado de forma, mas seguem vivos, moldados pela força do que me move.

A vida é feita de ciclos, mas  é nos valores que encontramos um porto seguro. São eles que permanecem enquanto tudo ao nosso redor dança ao som do imprevisível. Nossa essência, essa chama íntima, é a bússola que nos guia mesmo quando os ventos mudam de direção.

Então, ao olhar para os últimos onze meses, aceite o que mudou. Reconheça o que foi embora e celebre o que chegou. Permita-se sentir a melancolia de um adeus e o entusiasmo de um novo começo. Não podemos evitar a impermanência, mas podemos escolher o que queremos carregar adiante.

Dezembro é a página em branco que nos lembra que, apesar de todos os ciclos, o lápis está sempre em nossas mãos. E que venha o novo. Afinal, como bem disse alguém que entendeu a impermanência: “Nada é eterno, exceto a mudança”.

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Amanda Neuman

Jornalista (UNIT) há 10 anos, mestra em Comunicação (UFS), doutoranda em Sociologia (UFS), pesquisadora na área de redes sociais e influenciadores digitais, e mentora de marketing para empreendedores e Influenciadores. Na internet, como mulher plus size que descobriu o amor próprio e auto estima além dos padrões, compartilha sua vida e vivências com outras mulheres e as encoraja a se amarem como são.

E-mail: amandaneuman.an@gmail.com

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