Quando pais adotivos conseguem a guarda do filho à custa de luta
Processo de adoção nem sempre é fácil, mas o final pode ser feliz Cotidiano 24/09/2011 07h00Por Sílvio Oliveira
Rosângela Conceição, Tereza Cristina, Maria José Santana são alguns dos nomes que estampam felicidade no rosto ao falar em adoção. Cada um com sua história de vida, mas todas com um único objetivo: aumentar a família, tornar-se mãe e irradiar felicidade com o novo rebento.
Na vida de Rosângela Francisco da Conceição e José Wellington Oliveira Santos cruzou em 2007 um “anjo” de onze meses chamado Gabriel. Rosângela, em seu primeiro casamento, e o Wellington, pai de três filhos e no segundo casamento sentiram a necessidade de aumentar a família, principalmente ela que queria ser mãe pela primeira vez e não conseguia de forma biológica.
Eles abdicaram de tratamentos e passaram a visitar instituições de acolhimento sem muitas pretensões. “Fui ao abrigo e não tinha ainda a intenção de adotar, mas aquela criança linda no berço sorriu para mim e senti um arrepio, uma sensação de conexão quase umbilical que toda mãe sente com o filho”, relata Rosângela Conceição, emocionada ao falar sobre o primeiro encontro.
Ela não quis se deixar influenciar pelo primeiro olhar e foi de encontro à criança observada, mas não teve jeito. A sensação de que aquele era o filho passou a ser quase que uma obsessão. “Todas ali eram anjos que precisavam nascer de novo encontrando um lar, ele ficou por último, segurei-o no coloco e a sensação de pertença, de ligação, elo, apareceu. Perguntei qual era seu nome, responderam: Gabriel. Cai no choro, porque sempre disse que se tivesse um filho seria Gabriel”, conta.
A sensação de maternidade passou a povoar o pensamento do casal, que sentia até acelerar os batimentos quando falava em Gabriel. Não dormiam direito e a inquietação fez com que procurassem a Vara da Infância e da Juventude no outro dia. A descoberta de que ele tinha sido abandonado pela família fez da esperança uma companheira do dia a dia. A família da criança de 11 meses assinou concordando com a destituição do poder familiar, porém o casal teve que entrar na fila de adoção, mesmo sabendo que o rebento estava bem ali e a justiça dizendo que na fila de adoção constavam outras crianças.
“Foi dolorosa a forma como o juizado conduziu o processo. O juiz que analisou o processo, além de grosseiro nas colocações, poderia ter feito com que eu desistisse. Ele indeferiu o processo, tivemos que contratar advogado, sofrer, recorrer e nunca desistir para conseguir adotar nosso filho. Fomos até proibidos de continuar fazendo as visitas semanais ao abrigo e, de forma quase absurda, fomos proibidos de passarmos na rua do abrigo. E eis que minha certeza ficou maior ainda, porque descobrimos que ele tinha exatamente meu sobrenome: Gabriel da Conceição”.
O juiz foi mudado, a fila andou e quem estava nela desistiu e chegou à vez de Rosangela e Wellington e mais uma vez Gabriel cruzou o caminho dos dois. Hoje Gabriel da Conceição Augusto fará quatro em outubro e não tem contato com a família biológica. O casal optou por quando ele crescer contar toda a verdade. “Não tenho medo! Amor, afeto, carinho, é construção e pode ser ampliado. Se as relações são pautadas na liberdade, na verdade, amar e ser amado é apenas uma questão de tempo. Ele terá esse tempo para ampliar conosco esses laços, se forem verdadeiros, irão resistir aos biológicos. Infeliz daquele que ainda não descobriu a magnitude de ser pai ou mãe. A forma é a que menos importa”, finaliza.
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