Médico sergipano cria aplicativo para prevenir amputações em pacientes com diabetes
Plataforma inovadora utiliza visão computacional para diagnóstico precoce e gratuito Cotidiano | Por F5 News 18/11/2024 17h16O médico Hermílio Carvalho, natural de Sergipe, ganhou destaque no Web Summit, maior evento de tecnologia do mundo realizado em Lisboa, ao apresentar um aplicativo voltado para a saúde de pessoas com diabetes. A solução tecnológica promete prevenir amputações em pacientes diabéticos por meio de um exame simples e acessível, utilizando visão computacional.
O aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente, permite que os pacientes tirem fotos de seus pés para avaliação de possíveis complicações relacionadas ao diabetes. As imagens são analisadas pelo sistema e enviadas para profissionais de saúde, garantindo um diagnóstico precoce e um retorno rápido para o paciente, seja pelo celular ou e-mail.
"A gente transforma um exame complexo em uma avaliação de 60 segundos, democratizando o acesso a um cuidado essencial. 85% das amputações relacionadas ao diabetes são preveníveis, e nosso foco é justamente agir na prevenção e no diagnóstico precoce", explicou Hermílio em entrevista à Globo News.
Contexto global e impacto do diabetes
O número de adultos com diabetes mais que quadruplicou desde 1990, segundo um estudo publicado na revista The Lancet, atingindo mais de 800 milhões de pessoas no mundo em 2022. A maioria dos casos ocorre em países de renda baixa e média, onde quase 60% dos pacientes não têm acesso a tratamento adequado. O Brasil é um dos países mais afetados, mas também registra avanços significativos na cobertura de tratamento.
Hermílio destacou a urgência da questão: "A cada 30 segundos, ocorre uma amputação relacionada ao diabetes no mundo. A nossa grande estratégia é estabelecer uma rede de cuidado eficiente, garantindo que o paciente tenha o mínimo de consequências decorrentes da doença", explica.
Reconhecimento internacional
A inovação do médico sergipano já começou a atrair interesse internacional. O aplicativo foi convidado para incubação no Instituto Pedro Nunes, vinculado à Universidade de Coimbra, em Portugal. A meta é expandir a presença no mercado europeu, onde há grande demanda por tecnologias médicas.
"A ideia é estruturar o produto para o mercado da União Europeia, que tem investido fortemente em dispositivos médicos e tecnologias acessórias", explicou Hermílio, ressaltando o potencial global da iniciativa.