O presidente do Senado, José Sarney, e outros 12 senadores se despediram do ex-presidente da República e senador Itamar Franco neste domingo (3), durante velório realizado em Juiz de Fora (MG). O corpo do ex-presidente e senador Itamar Franco será transferido de Juiz de Fora para Belo Horizonte nesta segunda-feira (4), onde o político mineiro terá um segundo velório no Palácio da Liberdade, sede do governo do estado.

Senadores se despedem de Itamar em MG

O horário do traslado ainda é incerto, uma vez que até as 8h50 não havia teto para pouso de aviões na capital mineira. O velório chegou a ser encerrado, mas foi aberto por conta do problema no tráfego aéreo.

De acordo com a assessoria de imprensa do senador, o corpo de Itamar deverá ser levado no fim da segunda-feira para Contagem (MG) onde será cremado, atendendo a um desejo do ex-presidente.

Como último gesto de homenagem, o presidente do Senado, José Sarney colocou um bottom de senador, que tem as cores da bandeira do Brasil, na lapela do amigo.

- O Itamar tinha muito amor ao Senado. Desde a primeira vez que foi senador, no segundo mandato e agora no terceiro. Era um homem sempre presente nas atividades - disse Sarney, também ex-presidente da República.

O senador Fernando Collor (PTB-AL), a quem Itamar Franco sucedeu na presidência da República, citou como feito do político o lançamento do Plano Real.

- Itamar foi um presidente que marcou a vida política, econômica e social do Brasil quando lançou o Plano Real, que foi a redenção da população à questão inflacionária, que penalizava os trabalhadores e as classes menos favorecidas. Essa é uma marca do Itamar - avaliou.

O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que Itamar será sempre lembrado por sua forma de fazer política.

- O legado é de trabalho, de construção política com seriedade, e de uma forma de fazer política muito contundente e de verdade. É um político que vai deixar muita saudade e um espaço na política- disse.

O líder do PMDB, senador Renan Calheiros, de Alagoas, recordou o estilo próprio de Itamar de fazer política.

-Exemplo de credibilidade, honradez. Ele foi um político com estilo próprio. Foi um grande presidente e estabilizou a economia que trouxe esses avanços - apontou.

Para o presidente do DEM, senador José Agripino, do Rio Grande do Norte, Itamar entendia política como a "arte de fazer o bem coletivo".

- Ele era um homem de coragem cívica, ele teve posições fortes contestadas, mas sempre dentro do espírito público - assinalou.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que o país perdeu um grande político.

- O Itamar era isso sempre, um jovem que dava lições de vida, honestidade, integridade e compromisso com a ética. É um vazio que não será preenchido - destacou.

O fato de Itamar defender a independência do Congresso Nacional ao criticar o excesso de medidas provisórias em sua última passagem pela Casa foi destacado pelo senador Pedro Taques (PDT-MT).

- Ele demonstrou independência, defesa de um Legislativo forte, que não seja submisso ao Executivo. E, sobretudo, mostrou ser um senador preocupado com as coisas do Brasil - ressaltou.

O senador petista Jorge Viana do Acre disse que Itamar se destacou na oposição ao governo.

- Fazendo uma oposição firme, dura, às vezes, mas de um jeito de só que quem viveu muito e com a experiência que tinha podia fazer. É uma perda enorme para o Brasil. Se ele tinha uma paixão, era o povo brasileiro e era o Brasil - disse.

O senador Rodrigo Rollemberg, do PSB do Distrito Federal, ponderou que Itamar não faltou ao país num momento crucial da história brasileira.

- Itamar foi uma pessoa fundamental para a transição democrática num momento difícil da história brasileira. Fez um governo de união nacional com grandes quadros - afirmou.

Estiveram ainda em Juiz de Fora o líder do PTB, Gim Argello (DF), o líder do PR, Magno Malta (ES) e os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Sarney, Michel Temer e os demais senadores embarcaram no sábado de Brasília para Juiz de Fora em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

Itamar Franco morreu aos 81 anos às 10h15 de sábado em São Paulo. Ele sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) na UTI do Hospital Albert Einstein, onde estava sendo tratado de uma pneumonia decorrente de uma leucemia aguda.

Da Redação Agência Senado/ com informações da Rádio Senado