Maioria do eleitorado, mulheres representam 34% das candidaturas em Sergipe
Percentualmente, presença feminina teve leve alta no pleito deste ano Política | Por F5News 21/08/2024 06h00Embora representem mais da metade do eleitorado em Sergipe, as mulheres ainda correspondem a somente um terço das candidaturas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as Eleições 2024, conforme levantamento do F5News.
Do total de 5.498 registros recebidos pela Justiça Eleitoral nos 75 municípios sergipanos este ano, 1.902 são de mulheres e 3.596 são de homens. Os dados apontam uma redução do número de candidatas em relação ao pleito de 2020, quando 2.348 mulheres disputaram cargos públicos no estado.
Ainda assim, percentualmente, a presença feminina teve uma leve ampliação neste pleito se comparada há quatro anos. Isso porque, de modo geral, o número de candidaturas teve uma redução. Atualmente, as mulheres correspondem a 34,6% dos nomes postos. Em 2020, eram pouco mais de 33%.
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Daquelas que vão disputar a preferência do eleitor no dia 6 de outubro, menos de 6% já exercem algum mandato eletivo e tentam a reeleição, segundo os dados compilados pelo F5News.
Aracaju tem o maior número de candidaturas femininas (173), seguida de Estância (58) e Barra dos Coqueiros (56). Já as cidades com menos mulheres nas Eleições são Moita Bonita com 6 e Telha com 5.
Quando observado o recorte do cargo em disputa, é possível identificar a presença de 49 mulheres disputando a função de prefeitas nos municípios sergipanos. São apenas quatro a mais do que na eleição municipal de 2020.
O PSD, partido do governador Fábio Mitidieri, tem o maior número de candidaturas femininas no estado (287), seguido do PT com 212 e do Progressistas com 171 mulheres registradas no pleito.
Representatividade
O TSE publicou esta semana as diretrizes para distribuição dos recursos do Fundo Eleitoral, que tem como objetivo cumprir o princípio constitucional da igualdade e estimular a participação de mulheres e de pessoas negras na política, com a garantia mínima de 30% dos valores.
Em 2024, a conquista feminina do direito ao voto completou 92 anos e são as eleitoras que mais comparecem às urnas historicamente.
A doutora em Ciência Política pela Universidade de Essex, no Reino Unido, e pós-doutora pela Universidade de São Paulo (USP) Teresa Sacchet argumenta que a experiência de vida da mulher pode enriquecer o processo de elaboração de propostas e de tomada de decisão política.
"As mulheres têm agendas, têm interesses, muitas vezes diferentes dos interesses masculinos. É importante que essas perspectivas sejam representadas na esfera pública, no processo decisório. Então, eu acredito que, quanto mais o processo decisório for inclusivo nas formas de diferenças sociais, melhor. Teremos mais capacidade de ter uma melhor representação política”, afirmou a pesquisadora em entrevista ao TSE.