De gota em gota: "o sangue é aquilo que unifica a gente", diz doadora | F5 News - Sergipe Atualizado

Saúde e bem-estar
De gota em gota: "o sangue é aquilo que unifica a gente", diz doadora
No Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue, veja como funciona o ato solidário
Cotidiano | Por F5 News 25/11/2024 14h00


Você já imaginou como seria sua vida se em seu corpo não houvesse oxigênio? Já refletiu sobre como a falta de nutrientes poderia afetar sua saúde? A resposta é óbvia. Sem oxigênio, não há vida em um ser humano. Sem nutrientes, a estrutura física desfalece.

É exatamente isso que a ausência de sangue no organismo pode provocar no organismo humano. Por isso, há a necessidade de doação, para que aqueles que precisam de oxigênio e dos nutrientes circulando em seu corpo possam suprir essa carência.

Pensando nisso, o F5 News foi até o Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose), para entender as etapas que um doador leva para ofertar seu sangue. Em resumo, são cinco: o cadastro, a pré-triagem, a triagem clínica, a coleta e o lanche.

O cadastramento é feito a partir da apresentação de um documento oficial com foto, como uma carteira de identidade. Se o doador for menor de 18 anos (idade mínima é de 16 e máxima de 69 anos), será necessário levar uma autorização do responsável. Após o registro, o indivíduo vai para a pré-triagem.

Nessa fase, o doador passa por uma aferição da pressão, da temperatura, por uma medição dos níveis de hemoglobina (proteína responsável por transportar oxigênio dos pulmões para os tecidos), além da averiguação de seu peso, que deve estar acima de 50 quilos.

"Eu acolho o doador, o cliente, não digo paciente. Não é paciente porque não vem com doença. Vem com saúde para oferecer sangue, fazer sua boa ação, dando vida aos doentes, aos que estão precisando", afirma a técnica de enfermagem há 42 anos Joselice Rosa Alves, durante a pré-triagem. 

Depois desse estágio, a pessoa vai para a triagem, na qual algumas perguntas são feitas para garantir que a doação seja segura. A enfermeira Carla Simone Dias Messias explica como funciona esse processo.

"É uma triagem para a gente ter uma ideia do estado de saúde desse doador e saber se é seguro para ele passar pelo processo de doação, porque é uma perda sanguínea considerável. Não são 10 ml de sangue que a gente perde na doação, é quase meio litro, então isso repercute no corpo do doador”, disse Carla ao portal.

 

“Precisa saber se ele está bem para perder esse sangue, se ele vai tolerar perder esse sangue, e também a segurança do paciente que vai receber o sangue, se essa pessoa está em pleno estado de saúde para poder doar o sangue", complementa.

Servidora pública e doadora regular, Claudia Rocha entende a doação como uma forma de unir vidas independente de questões que envolvem a cor de pele. 

"O sangue é aquilo que unifica a gente, não importa a cor que você tem, porque a doação vai além desse limite. Pra mim, essa questão racial também é importante", disse Cláudia ao F5 News.

Sucessivamente depois da triagem, o doador finalmente vai para a sala de coleta, onde algumas amostras sanguíneas são coletadas para análise e 400 ml de sangue são retirados para doação, esclarece a técnica de enfermagem Josivania da Silva.

“Aqui, no caso, eu vou coletar uma amostra do seu sangue, que são os tubinhos que vão para análise, e vou coletar também uma bolsinha de sangue", informa.

"Depois que o sangue é coletado, a gente separa a bolsa total e os tubos para serem feitos os testes sorológicos e imunológicos, serem feitas as fenotipagens (análises), a tipagem sanguínea, saber se uma pessoa vai estar com algum tipo de doença, a sífilis, entre outras", adiciona o estagiário de Biomedicina Danilo Oliveira Santos.

"O sangue total é dividido em hemácias, concentrado de hemácias, de plaquetas, plasmas e aférese. Você, só de estar doando uma vez, pode estar salvando até quatro pessoas. Então, tem toda uma logística para ser feita essa produção, serem feitos os testes para a bolsa ser distribuída de uma forma segura para poder salvar o próximo", acrescenta o futuro biomédico.

O jovem Kauan Mateus Santos de Castro, de 19 anos, estava doando sangue pela segunda vez e considera a ação como uma forma de contribuir com a sociedade. 

 

“Sinceramente, só acho que é importante para ajudar as outras pessoas que estão precisando, porque há muitos momentos que está faltando sangue", afirma o rapaz ao F5 News.

Depois de todo esse processo, o doador é recebido pela copeira Flaviana dos Santos. Ela oferece alimentação para que o indivíduo recupere suas energias e possa retornar à sua casa.

"Fico na lanchonete distribuindo o lanche para os doadores, que tem que lanchar antes e depois da doação”, informa Flaviana.

Na data em que se comemora o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue, 25 de novembro, é necessário refletir sobre a causa. Pessoas podem estar precisando de uma dose de vida, do sangue que temos e podemos compartilhar.

 O Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose) funciona de segunda a sexta, das 7h30 às 17h, na rua quinze, 127, bairro Capucho, zona oeste de Aracaju (SE). Para tirar dúvidas é possível entrar em contato através do telefone: (79) 3234-6000.

“Doar sangue é doar a possibilidade do outro continuar vivendo, continuar bem, você recuperar sua saúde, você recuperar seus sonhos, porque uma bolsa de sangue mantém alguém vivo. Partindo daí, as possibilidades dessa pessoa se recuperam. Ele pode voltar à sua família, voltar ao seu trabalho, à sua vida em plenitude", reforça a enfermeira Carla Simone Dias Messias ao F5 News.
 

Edição de texto: Monica Pinto
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