Linda Brasil cobra imparcialidade no caso da agressão envolvendo trans | F5 News - Sergipe Atualizado

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Linda Brasil cobra imparcialidade no caso da agressão envolvendo trans
Delegado André David nega excessos em sua conduta e declarações
Política | Por Gabriel Ribeiro 22/01/2024 16h55


Após o episódio de agressão ocorrido no Centro de Aracaju na última sexta-feira (19), envolvendo um homem e três mulheres transexuais, a deputada estadual Linda Brasil (PSOL) manifestou-se nas redes sociais nesta segunda-feira (22), exigindo imparcialidade e o cumprimento do devido processo legal na condução das investigações.

A parlamentar informou que entrou com uma representação na Corregedoria da Polícia Civil e no Ministério Público de Sergipe (MPSE) para apurar a conduta do delegado André David, responsável pela investigação.

"Já protocolamos uma representação junto ao Ministério Público do Estado (MPE), na Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial, e à Corregedoria da Polícia Civil para que investiguem a conduta parcial, sensacionalista, autoritária e transfóbica do delegado, que desrespeita normas, portarias e legislações que regulamentam o exercício da carreira de delegado de polícia", afirmou a deputada em suas redes sociais.

A deputada ressaltou sua preocupação com o tom de ameaça dirigido às mulheres trans envolvidas nas cenas de agressão e classificou como 'transfobia institucional'. Ela diz que não aceitará a "instrumentalização política e violência por parte de agentes que deveriam exercer seus papéis sempre respeitando e promovendo a lei e os direitos humanos".

"No exercício de seu trabalho, todas as delegadas e delegados de polícia devem cumprir o seu papel de maneira imparcial, séria e com responsabilidade com as vidas de todas as pessoas", completou Linda Brasil.

As declarações do delegado André David também foram alvos de críticas do delegado Mário Leony, coordenador da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI+. Em suas redes sociais, Leony repudiou a "tentativa de criminalização de corpos trans" e disse que aguarda providências dos órgãos competentes.

Em resposta, André David rebateu as críticas em entrevista à rádio Fan FM: "Eu não faço parte de nicho algum, eu defendo a sociedade. Ele é delegado de polícia, ele deveria defender a sociedade, não um nicho. Mas como ele está defendendo o nicho… beleza! Mas eu não vou aceitar que manche a minha carreira", falou o delegado.

André David afirmou não ver erro em suas ações e que as repetiria. "Eu sou delegado de polícia, eu tenho que prender o criminoso. Não importa a raça, o sexo, a crença, ou a classe social. Se cometeu o crime, eu vou buscar e vou prender", concluiu o delegado.

Procurada pelo F5News, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto. 

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