Governo de Sergipe e sindicato divergem sobre piso salarial e direitos dos professores
Governo diz que garante aumentos salariais, mas professores denunciam descumprimento do piso e atraso nas férias Política | Por F5 News 01/02/2025 12h00Após o Ministério da Educação (MEC) divulgar, na última sexta-feira (31), o reajuste de 6,27% no Piso Salarial Profissional Nacional do magistério, o Governo de Sergipe e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (SINTESE) apresentaram posicionamentos divergentes sobre o cumprimento das atualizações e questões relativas às remunerações da categoria.
O Governo de Sergipe destacou, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), que vem cumprindo os acordos firmados com os professores desde 2023. Em nota, o Executivo estadual reforçou que, desde o início de 2024, implementou um aumento na remuneração dos professores, iniciando a retomada da carreira após 16 anos de congelamento. Além disso, o salário de um professor de nível superior completo em Sergipe foi ajustado para R$ 5.774,72, valor superior ao piso nacional de R$ 4.867,77 estabelecido pelo MEC.
Em relação ao abono temporário, o Governo também ressaltou que as 12 parcelas de R$ 632,57 foram mantidas para o ano de 2025, sendo parte do acordo para melhorar as condições salariais da categoria. O custo anual da medida será de aproximadamente R$ 74,5 milhões.
Por outro lado, o SINTESE contestou as informações divulgadas pelo Governo e questionou a aplicação correta do piso salarial. Segundo o presidente do sindicato, Roberto Silva, o Estado de Sergipe não estaria respeitando a atualização do valor do piso para professores de nível médio, já que a remuneração paga pelo governo a esses profissionais é inferior ao estipulado pelo MEC.
Silva afirmou que, apesar do reajuste anunciado, muitos professores, especialmente os com formação de nível médio, recebem salários abaixo do piso nacional.
Outro ponto de discordância envolve o descongelamento das gratificações. O Sindicato relatou que, em 2024, não houve avanços nas negociações para a liberação das gratificações dos professores e as discussões com o Governo de Sergipe permanecem fechadas. A entidade de classe também criticou o não pagamento das férias dos professores, referente ao mês de janeiro de 2025, apontando que muitos educadores ainda não receberam esse benefício.
Como forma de pressionar o governo, o SINTESE anunciou um ato para o dia 5 de fevereiro, em frente à Secretaria de Estado da Educação (SEED), com o objetivo de cobrar a atualização do piso, a reabertura das negociações e a resolução das pendências financeiras com a categoria.