Sarcopenia: a condição silenciosa que afeta os idosos e compromete a qualidade de vida
Perda de massa, força e fragilidade são característica da sarcopenia Blogs e Colunas | Saúde em Dia 23/01/2025 11h02 - Atualizado em 24/01/2025 14h20Com o avanço da idade, é comum que o corpo passe por diversas transformações, mas algumas delas podem exigir atenção redobrada. Uma dessas condições é a sarcopenia, caracterizada pela perda progressiva de massa e força muscular, que pode prejudicar a performance física e aumentar os riscos de quedas em idosos. Embora silenciosa, a sarcopenia pode ser identificada e tratada quando diagnosticada precocemente.
A cardiogeriatra Dra. Loren Andrade alerta para os primeiros sinais que podem indicar a presença dessa condição. “Perda de peso e força muscular, dificuldade em realizar tarefas simples, como abrir potes ou levantar-se de uma cadeira, caminhar mais lentamente, desequilíbrio, quedas frequentes e cansaço excessivo após pequenas atividades físicas são indícios de sarcopenia”, explica.O diagnóstico da sarcopenia pode ser realizado de forma simples em consulta médica. O teste inicial envolve a avaliação da força muscular com o dinamômetro. Caso seja detectada redução, exames complementares, como a densitometria de corpo inteiro (DXA) e a bioimpedância, são indicados para avaliar a massa muscular, assim como testes de performance física, como a medição da velocidade de marcha.
Causas multifatoriais
As causas da sarcopenia podem ser divididas em primárias, relacionadas ao envelhecimento, e secundárias, associadas a condições específicas como:
• Inatividade física: Sedentarismo ou imobilização após fraturas ou internações.
• Desnutrição: Consumo insuficiente de proteínas.
• Doenças crônicas: Diabetes tipo 2, insuficiência renal, insuficiência cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
• Doenças inflamatórias: Como artrite reumatoide e câncer, que promovem inflamação crônica e destruição muscular.
• Uso de medicamentos: Corticoides e quimioterápicos também podem contribuir para a perda muscular.
“Multivitamínicos, vitamina D, ômega-3 e reposições hormonais não devem ser usados de rotina no tratamento da sarcopenia, pois não apresentam benefícios comprovados e podem causar efeitos colaterais”, alerta Dra. Loren Andrade.
Prevenção e tratamento: nutrição e exercício físico são fundamentais
A nutrição desempenha um papel crucial no combate à sarcopenia. Um dos principais pilares é o aumento da ingestão de proteínas. A recomendação varia entre 1,2 e 2,0 g de proteína por kg de peso corporal diariamente, de acordo com a condição de saúde e o nível de atividade física. A especialista destaca a importância de priorizar alimentos ricos em proteínas de origem animal, como carnes, ovos e peixes. “Se necessário, podemos suplementar com whey protein, sempre com orientação de um nutricionista”, ressalta.
Outro ponto essencial no tratamento da sarcopenia é o exercício físico. Segundo Dra. Loren, um programa de exercícios multimodais, que combine musculação, atividades aeróbicas, alongamentos e exercícios de equilíbrio, é a abordagem mais eficaz. “Entre todas as modalidades, o exercício resistido, como a musculação, é o mais impactante. Pode ser realizado com máquinas, pesos, elásticos ou até o peso do próprio corpo, dependendo da condição do paciente”, explica.
Uma abordagem multidisciplinar
Para lidar com a sarcopenia, é fundamental contar com um tratamento multidisciplinar, envolvendo médicos, nutricionistas e profissionais de educação física. Com diagnóstico precoce e intervenções adequadas, é possível prevenir a progressão da condição, melhorar a qualidade de vida e resgatar a funcionalidade dos idosos.
A sarcopenia pode parecer inevitável, mas com cuidados adequados, é possível enfrentá-la e garantir mais autonomia e saúde na terceira idade.
André Carvalho é jornalista há mais de 20 anos. Formado pela Universidade Tiradentes (Unit), possui especialização em Marketing pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese). Foi apresentador de programa de rádio e televisão, e atuou como assessor de comunicação de vários órgãos públicos e secretarias municipais e estaduais. Atualmente, é editor do Caderno Saúde em Dia.
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