Queda nas vendas atinge produtos típicos do São João
Expectativa do mercado é que melhore na véspera da festa Economia 22/06/2015 12h30Por Elisângela Valença
A queixa de queda nas vendas do comércio sergipano chegou aos produtos típicos do São João, como fogueira, milho, amendoim e laranja.
Paula Leandra Barros Santana disse que 2015 está sendo o ano mais fraco dos dez anos que trabalha vendendo milho. “Este ano, o milho está saindo caro para a gente. Se for botar o preço para lucrar o que precisa, ninguém compra”, disse Paula. A ‘mão’ de milho, medida que corresponde a 50 espigas, está sendo vendida a R$ 35. “Mas de hoje pra amanhã melhora”, disse animada.
Mas a reclamação mesmo está na venda de fogueiras. Segundo Maria José dos Santos, que vende fogueiras há 20 anos, antes desta data (22 de junho), em outros anos, já teria coberto os custos. “Nem para isso rendeu dinheiro. A coisa está difícil”, disse.
Segundo ela, para construir as fogueiras para a venda, eles compram a lenha, pagam o frete para levar para casa, montam as fogueiras e pagam um novo frete para levar para os pontos de venda, que este ano são a praça do Cemitério da Cruz Vermelha e o canteiro da avenida São Paulo, em frente ao Parque João Cleophas, ambos na zona norte da cidade. “A gente está aqui abandonado, sem estrutura alguma e ainda pagando taxa para a Prefeitura. Não tem luz, não tem banheiro, nada”, queixou-se Maria José.
“Infelizmente, a quebradeira está geral no comércio e a venda de produtos do São João só esquenta mesmo na véspera. Cobramos uma taxa porque eles estão usando espaço público. Mudamos os pontos de venda para estes locais porque atrapalha o trânsito de pedestres e veículos. Agora a questão de estrutura fica a cargo deles. Os vendedores tem que se organizar e buscar a estrutura. A Emsurb está à disposição para ajudar no que pode”, disse Shis Vitória, assessora de Comunicação da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb).
Alexandre Santiago, mais conhecido como ‘o delegado da laranja’, mantém uma boa expectativa. “A venda aquece mesmo na véspera de São João. Mas, mesmo assim, o movimento está com um ritmo bom”, disse o ‘delegado’. Ele adotou uma estratégia. Em vez de vender o saco inteiro da laranja, que custa entre R$ 8 e R$ 10, ele está vendendo meio saco por R$ 5.
Hosana de Souza vende amendoim com o filho há cinco anos. Vendendo a lata a R$ 3, ela não se deixa abater pelo baixo movimento. “É devagar assim mesmo, minha filha, amanhã (23) é que melhora”, disse ela. A ‘lata’ é uma unidade de medida adotada nas feiras que corresponde a uma lata de óleo de cozinha de um litro.
Fotos: Elisângela Valença/F5 News
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