Conheça os riscos do uso abusivo de remédios para emagrecer, chás e diuréticos | F5 News - Sergipe Atualizado

Saúde
Conheça os riscos do uso abusivo de remédios para emagrecer, chás e diuréticos
Se indicadas por médicos, substâncias aprovadas pela Anvisa são seguras
Cotidiano | Por F5 News 04/03/2022 06h00 - Atualizado em 04/03/2022 16h55


O uso abusivo de medicamentos e chás para emagrecimento pode ocasionar sérios problemas de saúde. A questão tem ganhado mais visibilidade nas últimas semanas por conta dos problemas enfrentados pela cantora sergipana Paulinha Abelha, que morreu após 13 dias internada em Aracaju.

É que uma eventual intoxicação por esse tipo de substância é uma das hipóteses investigadas pelos médicos que acompanharam a vocalista da Calcinha Preta como possível causa para a síndrome metabólica que desencadeou as disfunções renal, hepática e neurológica, levando a cantora ao coma e, posteriormente, ao óbito.

O modelo Clevinho Santos, viúvo de Paulinha, confirmou que a cantora recorria a esses produtos. "Quase toda semana ela estava tomando, quando tinha show que ela queria 'dar uma secada’, também esses chás de emagrecer”, disse em entrevista ao Fantástico no domingo (27).

Os resultados dos exames que devem apontar a causa da morte de Paulinha Abelha devem ser divulgados pela família nesta sexta-feira (4). Em entrevista à TV Atalaia, Clevinho confirmou a intenção de esclarecer a questão, segundo ele, até mesmo para que sirva de alerta caso se confirme eventual intoxicação medicamentosa.

Como medicamentos afetam a saúde

Muitas pessoas têm dificuldade de perder peso e não é raro que o aconselhamento nutricional e de estilo de vida não seja suficiente. Nesses casos, a endocrinologista Ana Flávia Torquato explica que a medicação pode ajudar e funciona como um adjuvante. 

“A maioria dos remédios age em receptores cerebrais, reduzindo o apetite e aumentando a saciedade, ou seja, fica menos difícil seguir uma dieta hipocalórica quando se utiliza a medicação”, disse a especialista em entrevista ao Diário do Nordeste.

O uso de medicação é indicado apenas em casos de obesidade, aumento da circunferência abdominal ou na presença de alguma complicação associada ao excesso de gordura, como diabetes, hipertensão, dislipidemia, dentre outras doenças, conforme a médica.

Como todo remédio, existem contraindicações e efeitos colaterais, por isso, é importante procurar um profissional para indicar a melhor medicação de maneira individualizada. Com o acompanhamento apropriado, o uso de medicamentos aprovados pela Anvisa para perda de peso é seguro.

"O propósito principal da perda de peso é a saúde e melhoria da qualidade de vida. Recomendo a todas as pessoas que têm dificuldade de emagrecer por conta própria com mudança alimentar e atividade física, que busquem ajuda profissional", afirma. 

Ana Flávia Torquato esclarece que os diuréticos não devem ser utilizados para emagrecer. "Eles não funcionam e podem ser perigosos, pois causam desidratação e distúrbios eletrolíticos. Chás e ervas também não são indicados", alerta.

Essas composições podem ser tóxicas, especialmente para o fígado e para os rins, que são os órgãos do corpo responsáveis pela metabolização e excreção de substâncias e medicamentos.

A endocrinologista ainda alerta sobre os problemas psiquiátricos causados por transtornos alimentares na tentativa de emagrecimento.

"A busca pela magreza como prioridade ao invés da saúde, estimulada por padrões de beleza e redes sociais, pode levar a transtornos alimentares, problemas psiquiátricos e à automedicação", diz.

No começo deste mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um alerta sobre o fato de que qualquer produto com propriedades terapêuticas, como aqueles com promessa de emagrecimento, só pode ser comercializado no Brasil com autorização da Anvisa.

“Não tomem o remédio que a vizinha ou a amiga está tomando, não comprem remédio na internet, nem produtos naturais que prometem resultados milagrosos. O tratamento medicamentoso deve ser individualizado, feito por profissionais capacitados, e requer acompanhamento clínico e frequente”, completa a médica. 
 

Edição de texto: Monica Pinto
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