Folia com segurança: médica explica como evitar DSTs no Carnaval
Além do preservativo, as mulheres podem adotar outras estratégias preventivas, como a vacinação contra HPV e hepatite B Blogs e Colunas | Saúde em Dia 25/02/2025 16h50 - Atualizado em 25/02/2025 16h54Carnaval já está chegando, época de muita alegria, festas e, também, de muitos exageros. Esta época é muito propícia ao aumento do risco de exposição a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Os principais fatores que contribuem para isso incluem: maior número de relações sexuais casuais, por vezes com troca de parceiros e muitas vezes sem o uso do preservativo; consumo excessivo de álcool e outras substâncias, que pode diminuir a percepção de risco e levar à negligência no uso de preservativos; falta de informação sobre prevenção e os riscos das DSTs.
A médica ginecologista e obstetra, Dra. Paula Costa Campos de Santana, que atua na Clínica Climedi, relaciona as DSTs mais comuns e que apresentam maior risco para as mulheres. Uma delas é a clamídia e gonorreia, que muitas vezes são assintomáticas, mas podem causar doença inflamatória pélvica e infertilidade se não houver tratamento adequado.
“Outra doença é a sífilis. Os sintomas aparecem de diversas formas, podendo causar complicações graves e, se não tratada durante a gravidez, pode levar à sífilis congênita. A herpes genital é uma infecção crônica, sendo comuns episódios recorrentes. Existe também a tricomoníase, doença que aumenta o risco de outras infecções e complicações na gravidez”, explica.
A médica lembra que há risco também de contrair o HIV, que pode levar à AIDS se não tratado adequadamente, além da infecção pelo HPV, vírus que grande parte da população tem, mas que pode levar ao câncer de colo do útero se não for prevenido ou bem acompanhado.
Uma das alternativas eficazes para a prevenção das DSTs é o preservativo feminino. Ele é uma opção eficiente para evitar infecções sexualmente transmissíveis, oferecendo proteção semelhante ao preservativo masculino. No entanto, sua acessibilidade ainda é limitada em relação ao preservativo masculino, além de não ser tão conhecido. “Infelizmente, ainda não é tão amplamente distribuído em campanhas de saúde pública e costuma ter um custo mais elevado, o que pode dificultar seu uso em larga escala”, comenta a especialista.
Além do preservativo, as mulheres podem adotar outras estratégias preventivas, como a vacinação contra HPV e hepatite B, PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) para quem tem risco elevado de infecção. Elas também podem evitar o compartilhamento de objetos pessoais que possam transmitir infecções. “É importante ter conhecimento sobre os sinais das DSTs para procurar ajuda médica caso surjam sintomas e realizar testes regulares, especialmente após comportamentos de risco, como múltiplas parcerias”, destaca a médica.
O consumo de álcool e outras substâncias pode comprometer a adesão às medidas preventivas
O álcool e outras substâncias podem reduzir o julgamento e aumentar a exposição a situações de risco, como sexo sem proteção. Para evitar esse risco, a especialista recomenda levar preservativos ao sair para festas, definir limites para o consumo de álcool e evitar substâncias desconhecidas.
“Estar acompanhada de amigos de confiança que possam ajudar em situações de vulnerabilidade é muito importante. E lembrar de manter-se hidratada e bem alimentada para reduzir os efeitos do álcool”, pontua Dra Paula.
Exames que as mulheres devem fazer após o Carnaval
Após um período de maior exposição, é importante realizar exames para DSTs, especialmente se houve sexo desprotegido ou falha no uso do preservativo. Os exames recomendados incluem:
Teste de HIV (exame rápido ou sorológico);
Testes para sífilis, clamídia e gonorreia (sorologia ou PCR);
Exames para hepatites B e C, dependendo do risco de exposição;
Testes de HPV e papanicolau (a depender de cada paciente), especialmente se houver histórico de exposição a múltiplos parceiros.
Se houver suspeita de exposição a uma DST, a mulher deve buscar uma unidade de saúde imediatamente para avaliação e testes, iniciar a PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV), se indicada, dentro de 72 horas. Deve também realizar exames laboratoriais para detectar outras DSTs, evitar relações sexuais até obter os resultados dos exames e observar qualquer sintoma como corrimento, dor pélvica ou feridas genitais.
Como a vacina contra o HPV e a hepatite B pode ajudar na prevenção de DSTs
A vacina contra o HPV protege contra os principais subtipos do vírus que causam câncer do colo do útero. Já a vacina contra a hepatite B previne uma infecção que pode ser transmitida sexualmente e levar a doenças hepáticas graves. Todas as mulheres devem se vacinar, preferencialmente antes do início da vida sexual, mas aquelas que ainda não receberam as doses podem se imunizar em qualquer idade, conforme recomendação médica. “Na Climedi, essas vacinas e outras mais estão disponíveis e são fortemente recomendadas”, lembra Dra. Paula Santana.
Se o preservativo romper, a mulher deve lavar a região genital com água e sabão, sem ducha vaginal, procurar uma unidade de saúde imediatamente para avaliar a necessidade da PEP para o HIV, fazer exames para DSTs o mais rápido possível após a exposição, além de utilizar contracepção de emergência, caso haja risco de gravidez indesejada.
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André Carvalho é jornalista há mais de 20 anos. Formado pela Universidade Tiradentes (Unit), possui especialização em Marketing pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese). Foi apresentador de programa de rádio e televisão, e atuou como assessor de comunicação de vários órgãos públicos e secretarias municipais e estaduais. Atualmente, é editor do Caderno Saúde em Dia.
E-mail: jornalistaandrecarvalho@gmail.com
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