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Doenças após enchentes: conheça os sintomas e como se proteger
O contato com águas de enchentes pode ocasionar diversas infecções bacterianas, virais, fúngicas e parasitárias
Blogs e Colunas | Saúde em Dia 10/02/2025  20h43 - Atualizado em 11/02/2025  08h18

Durante o verão, é comum a população conviver com períodos de chuvas intensas, são as chamadas chuvas de verão, um fenômeno climático comum em diversas regiões do Brasil, especialmente em áreas urbanizadas. Caracterizadas por serem rápidas, intensas e volumosas, essas precipitações podem causar alagamentos e enchentes, aumentando os riscos de exposição da população a águas contaminadas.

Por conta disso, alguns cuidados são necessários para evitar a exposição a água contaminada. O contato com águas de enchentes pode ocasionar diversas infecções bacterianas, virais, fúngicas e parasitárias, como gastroenterites, infecções de peles e oculares, hepatite A, toxoplasmose, leptospirose, dengue, zika, Chikungunya, tétano e até cólera, entre outras doenças, causadas pelo contato direito ou pela ingestão de água e de alimentos contaminados.

De acordo com a médica infectologista Dra. Josy Xavier Erreria, as águas de enchente podem conter uma grande diversidade de micro-organismos prejudiciais à saúde. “Nos alagamentos podem estar presentes bactérias causadoras de gastroenterites, como Escherichia coli, Salmonela, Shigella e o vibrião da cólera, além de bactérias que podem causar infecções na pele e nos olhos, como Staphylococcus aureus, Streptococcus e Pseudomonas aeruginosa. Vírus, como o da hepatite A, adenovírus e norovírus, também são encontrados em águas contaminadas, assim como fungos que podem provocar micoses leves e até infecções mais graves”, disse.

Sintomas de infecções causadas pelo contato com águas contaminadas

Os sinais e sintomas variam conforme o tipo de infecção adquirida. No entanto, é importante estar atento a manifestações como febre, dor de cabeça, dores musculares, cansaço, vômitos, náuseas, dor abdominal, manchas na pele e icterícia (pele e olhos amarelados). “O tempo para o surgimento dos sintomas após o contato com a água contaminada pode variar dependendo do tipo de infecção e do patógeno envolvido”, explica a Dra. Josy.

Feridas aumentam o risco de infecção

Cortes e feridas na pele representam um risco ainda maior, pois facilitam a entrada de patógenos no organismo. “As águas de alagamento frequentemente contêm esgoto, produtos químicos e detritos. Feridas abertas servem como porta de entrada para esses micro-organismos, aumentando o risco de infecções de pele e de outros órgãos”, alerta a médica. Para minimizar esse risco, ela recomenda cobrir feridas com material impermeável, como sacos plásticos, luvas ou botas de borracha.


Diante de qualquer exposição a enxurradas ou enchentes, algumas medidas devem ser adotadas imediatamente para reduzir os riscos de contaminação:
    •    Higienização: Lave bem as mãos, pele e mucosas (olhos, boca e nariz) com água limpa e sabão. Se possível, use álcool em gel 70%.
    •    Troca de roupas: Retire imediatamente as roupas que tiveram contato com a água contaminada e lave-as separadamente.
    •    Monitoramento da saúde: Fique atento ao surgimento de sintomas como febre, dor muscular, diarreia, vômitos ou lesões na pele. Caso ocorra qualquer um desses sinais, procure atendimento médico o mais rápido possível.

Vacinação como prevenção

Algumas vacinas podem proteger contra doenças relacionadas ao contato com águas contaminadas. A Dra. Josy destaca que as principais imunizações recomendadas são contra hepatite A, tétano, febre tifóide e cólera. “A vacina contra o tétano é especialmente importante para pessoas expostas a enchentes. Se houver dúvida sobre a última dose ou se a pessoa tiver uma ferida profunda, é essencial buscar orientação médica para uma possível imunização”, recomenda a infectologista.

Riscos de intoxicação alimentar

Outro risco relacionado às enchentes é o consumo de alimentos ou água contaminados. “As águas de alagamento frequentemente se misturam com esgoto, lixo e resíduos industriais, tornando qualquer alimento ou bebida exposto a essas águas extremamente perigoso para a saúde”, alerta a médica.

Cuidados com roupas, calçados e objetos contaminados
    •    Remova as roupas contaminadas com cuidado, usando luvas descartáveis, se possível.
    •    Lave-as separadamente, preferencialmente com água quente, e seque ao sol.
    •    Limpe os calçados com água e sabão, usando uma escova para remover resíduos. Depois, desinfete-os com uma solução de água sanitária diluída.
    •    Móveis e utensílios devem ser lavados com água, sabão e desinfetantes. Sempre que possível, deixe-os expostos ao sol para evitar mofo e proliferação de micro-organismos.


 

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André Carvalho é jornalista há mais de 20 anos. Formado pela Universidade Tiradentes (Unit), possui especialização em Marketing pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese). Foi apresentador de programa de rádio e televisão, e atuou como assessor de comunicação de vários órgãos públicos e secretarias municipais e estaduais. Atualmente, é editor do Caderno Saúde em Dia.

E-mail: jornalistaandrecarvalho@gmail.com

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