Título de cidadania sergipana para Michele Bolsonaro foi aprovado na Alese
A proposta incluía a ex-primeira-dama e o marido, mas Jair Bolsonaro já o recebeu Política | Por Gabriel Ribeiro 11/04/2024 16h35 - Atualizado em 11/04/2024 17h16Na sessão plenária desta quinta-feira (11), a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) aprovou, por maioria, o projeto que concede o Título de Cidadania à ex-primeira-dama Michele Bolsonaro. A proposta inicial se referia a ela e ao marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, porém, ele já possui cidadania sergipana, concedida pela Resolução Nº 52, de 20 de dezembro de 2018.
Durante o pequeno expediente, o deputado Luizão Donatrampi (União Brasil), autor das propostas, defendeu a concessão do título à ex-primeira-dama, mencionando o papel desempenhado pelo casal durante a pandemia de Covid-19. Segundo ele, Michele Bolsonaro e o ex-presidente foram figuras centrais em um período crítico, apoiando diferentes setores da sociedade brasileira.
“Duas pessoas que fizeram muito pelo nosso país. Em um momento tão difícil que o mundo viveu, nós tínhamos um homem e uma mulher de bem para conduzir o rumo do nosso país, assistindo a todos: às pessoas pobres que ficaram sem rumo, às empresas para que não desempregassem em massa, aos municípios”, afirmou.
No entanto, a concessão do título não foi unânime e gerou controvérsias na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). Foram eles Chico do Correio, Paulo Júnior, Linda Brasil e Georgeo Passos que votaram contra a proposta.
A deputada Linda Brasil (Psol) criticou fortemente a decisão, referindo-se a Jair Bolsonaro como um propagador de discursos de ódio e negacionismo durante a pandemia. Ela também questionou a entrega do título a Michele Bolsonaro, mencionando investigações em curso que envolvem a ex-primeira-dama em possíveis irregularidades financeiras.
“Esse cidadão fascista que contribuiu para discurso de ódio, para negacionismo que gerou tantas mortes na pandemia. Mesmo já tendo sido aprovado, nós, deputados, não podemos entregar um título a um cidadão que foi o responsável por uma tentativa de golpe em nosso país em 2022, depois que perdeu as eleições, e que atentou contra essa Casa. O que ele fez não foi tentar destruir só o Governo Federal ou o STF, mas também todas as casas legislativas do nosso país”, falou.
A sessão também foi marcada pela presença de manifestantes no plenário, que, em silêncio, exibiam cartazes expressando oposição à concessão dos títulos. A polêmica em torno da decisão reflete as divisões políticas mais amplas no estado e no país.
O deputado Luizão Donatrampi informou que pretende organizar uma visita do ex-presidente e da ex-primeira-dama à Alese para a entrega formal dos títulos. A data ainda será definida.