Primeira mulher eleita senadora pelo estado de Sergipe e a primeira mulher no Senado Federal a cumprir três mandatos consecutivos, Maria do Carmo Alves alcançou uma das atuações de maior projeção na política sergipana.

Mesmo após concluir o seu último mandato, em dezembro de 2022, a ex-senadora manteve uma vida pública ativa, com participação efetiva em eventos políticos e atos partidários mesmo nos últimos meses, quando já tinha recebido o diagnóstico do câncer de pâncreas.

Com uma postura discreta, mas sempre firme, dona Maria - como carinhosamente era chamada - era considerada uma mulher de posições claras e que construiu sua identidade política marcada pela cordialidade até mesmo com aqueles que, em situações específicas, se colocavam do lado adversário ao seu no enfrentamento de campanhas.

Jane de Araújo

Em entrevista a TV Senado, Maria revelou que ingressou na política muito pelo incentivo persistente de seu marido, João Alves Filho. Mas ela tomou gosto pelo exercício do serviço público e alcançou uma das mais longevas trajetórias políticas do estado por méritos próprios que lhe deram um ativo importante no mundo da política, o trânsito e o respeito de lideranças das mais variadas colorações partidárias.

Filha de oão Batista do Nascimento e de Marinete Alves do Nascimento, Maria nasceu em Cedro de São João, na região do Baixo São Francisco, onde também estudou o primário. Na adolescência passou a cursar o ginásio e depois o curso de Técnico em Contabilidade na cidade de Propriá. Já em Aracaju, se formou em Direito pela Universidade Federal de Sergipe em 1966.

Ela se destacou pelo trabalho social, iniciado durante as administrações do seu marido, o ex-prefeito de Aracaju, ex-governador sergipano por duas vezes, e ex-ministro do Interior, João Alves Filho, quando exerceu o comando de programas sociais na condição de primeira dama do estado e do município.

Dentre os programas de política social que implantou, estão os de alimentação alternativa executados em todo o estado, o trabalho de desfavelamento da capital sergipana, a implantação da Casa Verde - programa para a reintegração das mulheres desamparadas à sociedade, e a criação da Casa Albergue Irmão Sol - casa para o atendimento aos mendigos e migrantes carentes.

O projeto de maior impacto social desenvolvido pela senadora foi o Pró-Mulher, que atendeu milhares de mulheres carentes, levando educação e assistência médica gratuita à comunidade.

Nas eleições de outubro de 1998, elegeu-se senadora por Sergipe na legenda do PFL. Tomou posse em fevereiro de 1999. Foi a primeira mulher eleita senadora pelo estado de Sergipe e a primeira mulher no Senado Federal a cumprir três mandatos consecutivos.

Como empresária, exerceu suas atividades dirigindo empresas no ramo da construção civil nos estados da Bahia, Sergipe e Alagoas e na área da comunicação em Sergipe.