Edvaldo assina documento para licitação do transporte público
Política 22/08/2011 13h03O prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B) assinou, na manhã desta segunda-feira, dia 22, a autorização para a elaboração do documento, cuja primeira parte a ser construída será a Licitação do Transporte Público Municipal. O edital será publicado até março de 2012. O prefeito considera um importante passo da Prefeitura de Aracaju (PMA) para a criação de um novo Plano Integrado de Mobilidade Urbana para a capital sergipana.
Durante a solenidade, o prefeito afirmou que, assim como em outras capitais, a mobilidade urbana tem sido um grande desafio ao poder público, principalmente nas questões que tangem a mudança de hábitos e a segurança no trânsito. Além disso, a decisão de começar pela licitação do transporte coletivo, segundo ele, justifica-se por que este é o maior problema para que haja a mobilidade de forma efetiva.
"Toda grande caminhada tem que ter o primeiro passo, que deve ser milimetricamente calculado e, para haver sucesso, deve-se enfrentar o obstáculo imediato", disse Edvaldo parafraseando Mao Tsé-Tung. "Vamos trabalhar para deixar um plano para que Aracaju cresça com qualidade nos próximos dez anos. O primeiro capítulo a ser resolvido, a ser trabalhado, é a questão da licitação. Já temos o edital com data marcada de publicação", anunciou o prefeito.
O chefe do Executivo Municipal ressaltou que um novo modelo de transporte público será estudado para o lançamento da licitação, assim como a implantação de outros tipos de veículos. Todo o processo será aberto à discussão com a sociedade e a intenção do prefeito é que até o final do próximo ano tudo esteja pronto para que o novo sistema entre em operação. "Pensamos no transporte coletivo com novos modais. Pode ser o Veículo Leve sobre Trilhos ou o Ônibus de Trânsito Rápido, o que for melhor para a cidade será aplicado. O Plano vai decidir. É preciso que a gente organize", destacou Edvaldo.
Mobilidade Urbana
O Plano Integrado de Mobilidade Urbana traduz-se em uma necessidade de grande importância para a capital. O primeiro documento a ser elaborado data de 1970, época em que a cidade tinha apenas 200 mil habitantes e era administrada pelo então prefeito Heráclito Rollemberg. Além disso, o atual Estatuto das Cidades, elaborado pelo Governo Federal, exige que cidades com mais de 500 mil habitantes criem um plano. "Os problemas do trânsito não serão resolvidos apenas com a construção de viadutos ou vias paralelas. A mobilidade urbana e o transporte coletivo são temas que devem ser discutidos em conjunto", explicou Edvaldo Nogueira.
Para o prefeito, a cidade já dá sinais de que o problema precisa ser resolvido, mas as mudanças também exigem a participação de condutores e pedestres. "É preciso mudar hábitos e principalmente criar uma cultura de paz no trânsito. Trata-se de um dilema que não se resolve apenas com viadutos e passarelas, porque isso fortalece a utilização do veículo individual. O modelo atual não serve mais, tudo o que fazemos é paliativo", acrescentou.
A intenção é que com o Plano de Mobilidade Urbana, a população passe a sentir ainda mais os efeitos das mudanças que a Prefeitura vem realizando no trânsito nos últimos anos. "Aracaju tem melhorado muito. Fizemos muitas obras, modificamos vias, colocamos mais faixas de pedestres e investimos em ciclovias. A população já percebe melhorias e vai perceber ainda mais", asseverou Edvaldo Nogueira.
Empresas
O superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte Público de Aracaju (Setransp), José Carlos Amâncio, explicou que o setor aguarda com grande expectativa a realização do processo licitatório. Ele reconhece a iniciativa como uma maneira de criar condições para que o transporte público funcione de maneira eficiente. "É difícil trabalhar em uma cidade sem corredor de transporte, sem faixa exclusiva, sem política de priorização de transporte público. Iniciar um processo licitatório junto a um plano integrado de mobilidade urbana é de extrema importância", analisou Amâncio.
O superintendente da Setransp destacou que todas as alternativas para melhorar a mobilidade urbana são necessárias e que essa é uma necessidade em todo o país. "Hoje nós operamos em uma velocidade média de 13 ou 14 km por hora. De bicicleta ou a pé pode ser fazer um percurso com maior velocidade que essa", relatou.
Violência
O superintendente Municipal de Transporte e Trânsito Antônio Samarone comemorou a elaboração do Plano Integrado de Mobilidade Urbana porque, segundo ele, a capital ainda tem tempo de evitar os problemas comuns no trânsito das grandes cidades. O número de veículos atesta essa tese: a capital possui hoje, 210 mil automóveis e 60 mil motocicletas. "A cidade pode travar, mas Aracaju tem tudo para isso não ocorrer. Nosso trânsito tem problemas, mas ainda são problemas pequenos", explicou.
Embora parte da população acredite que o maior problema é a fluidez dos veículos, Samarone contesta afirmando que a violência é o fator mais preocupante. "Ainda há pessoas morrendo atropeladas, jovens sendo mutilados em acidentes com motos e isso por uma série de fatores: a quantidade de carros e motos, a velocidade, a bebida. Precisamos mudar de comportamento", disse.
O superintendente da SMTT também destacou a participação da sociedade na elaboração do Plano. "Ele vai ser construído coletivamente. O documento deve refletir as necessidades e a realidade da capital. O condutor quer rapidez e o pedestre, segurança. Vamos trabalhar para chegar a um equilíbrio nesses dois aspectos", assegurou Samarone.
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