Santa Cena leva o hip hop e a voz da periferia para as areias da Orla
Grupo se apresentou pela primeira vez no evento que acontece em Aracaju Entretenimento | Por Daniel Soares 02/03/2024 21h37
O grupo Santa Cena, nascido no bairro Santa Maria e formado por nove MCs sergipanos, está na estrada há 3 anos. No início da noite deste sábado (2) se apresentou pela primeira vez no Projeto Verão, evento realizado pela Prefeitura em parceria com o Governo do Estado na Orla de Atalaia, em Aracaju.
O show, que aconteceu na Tenda Multicultural, foi uma oportunidade de “furar a bolha”, afinal, o som do hip hop ainda é marginalizado em vários cantos da sociedade. Com letras de protesto e retratando a realidade da periferia, o movimento ainda sofre com poucos palcos para se desenvolver.
Segundo NG Lampião da Rima, um dos criadores do Santa Cena, a ideia é dar voz e vez à periferia. E isso não se reflete somente em um espaço de apresentação, mas de serem vistos e reconhecidos como os artistas que são.
“Não queremos somente um espaço, uma oportunidade, porque a gente está criando nossas oportunidades. Queremos fazer a nossa moeda de troca, ser consumido, valorizados e reconhecidos como profissionais das músicas também, como a gente é”, afirmou.
E essa é uma batalha bastante difícil. Furar a bolha, que significa alcançar um público cada vez maior é uma tarefa complicada. “Outros estados consomem muito. Aqui consumir essa cultura também”, analisou NG. Por isso, ter uma oportunidade como o Projeto Verão é algo extremamente positivo.
“Para minha satisfação, ter uma estrutura devida, um local apropriado para isso, a tenda pensada no movimento, na cultura periférica preta daqui de Sergipe, para mim está sendo o máximo”, disse após o show que agitou o público na Tenda Multicultural.
E assim os jovens do Santa Cena seguirão, levando sua mensagem periférica, mas principalmente, demonstrando que o movimento do hip hop, nascido e proclamado nas ruas, seguirá com sua forte mensagem de representação da juventude.
A gente não é o crime, a gente é o hip-hop. É uma ferramenta de transformação social através de música, através de letra. A gente conseguiu reunir aqui, não sei quantas pessoas. Será que o crime conseguiria fazer isso? Esse é o peso do nosso trabalho, da nossa ideia.