Com apenas 19 anos, Mayra Corrêa, conhecida artisticamente como Maria Gadú, despontou na cena musical brasileira com sua voz marcante e composições poéticas. De lá para cá, desde que ela, aos 13 anos, já cantava em barzinhos e festas de família em São Paulo, 25 anos se passaram e a artista acumula uma trajetória de sucesso, marcada por parcerias com grandes nomes da música brasileira.

Loiro Cunha/Divulgação

Em 2009, a artista lançou seu álbum de estreia, e a música "Shimbalaiê" conquistou o público ao ser incluída na trilha sonora da novela "Viver a Vida", da TV Globo. Desde então, sua carreira deslanchou, resultando no lançamento de mais sete álbuns. Ao longo desse período, seu canal no YouTube acumulou mais de 365 milhões de visualizações, e ela conquistou uma base de fãs sólida, com mais de 950 mil seguidores no Instagram.

Com essa história, Gadú desembarca em Aracaju, neste próximo sábado (16) para única apresentação no Teatro Tobias Barreto. Em entrevista exclusiva ao F5 News, Maria Gadú fala sobre sua carreira, suas inspirações, planos para o futuro e muito mais. Confira:

F5 News - Maria, você está completando 25 anos de carreira. Como você se sente ao olhar para trás e ver toda essa trajetória? Quais são os momentos mais marcantes que você guarda nesse período?

Maria Gadú - Tempão, né? Toda minha trajetória reflete no hoje, na forma como vejo os meios de trabalho, no que aprendi ao longo dos anos. Tenho muito carinho por todas as fases que passei fazendo música, desde o bar até os palcos grandes. Muito respeito a todos esses espaços. Tudo me marca, nada passa batido!

F5 News - Ao longo da sua carreira, você sempre se destacou pela sua voz singular e suas composições poéticas. Quais são suas maiores inspirações musicais e literárias?

Maria Gadú - Gosto de música. De todos os tipos. Principalmente brasileira, acho o Brasil f*da, rico, magnético, inventivo, emocionante. Desde um trio de forró, o pagode, a Chiquinha Gonzaga, as cantoras e compositoras, os cantautores Gal Costa, Caetano, Milton Nascimento, Dona Onete [musicista paraense], Lia de Itamaracá. Não vivo sem livros. Nesse momento estou embevecida com os três livros da Carla Madeira: “Tudo é Rio” , “A natureza da Mordida” e “Véspera”. Gosto da escrita da cearense Jarid Arraes, tenho todos os cordéis. E o livro guia brasileiro de Davi Kopenawa, “A queda do Céu”.

F5 News - Do seu primeiro álbum até o mais recente, "Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor", podemos notar uma evolução natural na sua música. Como você descreve essa mudança e o que te motiva a se reinventar?

Maria Gadú - O tempo. O tempo é precioso, sempre gostei muito de aprender. E seria injusto comigo não fazer uma cronologia de melhora dessa diferença de idade. Gravei meu primeiro álbum aos 19. O que me motiva é saber que tem tantas coisas lindas pra aprender, uma vida só. Então sigo estudando sempre.

F5 News - Como é o seu processo criativo? Você tem alguma rotina específica para compor ou prefere se deixar levar pela inspiração do momento?

Maria Gadú - Depende. Faço muitas trilhas sonoras, então tenho que trabalhar muitas vezes dentro de temas específicos, onde a música vai ser um elemento que se soma a uma ideia já pensada. Gosto muito! Por outro lado, a inspiração vem e vai, também componho assim. Depende do projeto. 

F5 News - Você já dividiu o palco e gravou com grandes nomes da música brasileira, como Gilberto Gil e Caetano Veloso. Como essas experiências te influenciaram?

Maria Gadú - Estar dividindo espaço musical com seus mestres é uma universidade. Há de se ter muita atenção, delicadeza e respeito. Fica nítido, vendo de perto, que a construção desses artistas magníficos vai além da música. Pra ser tudo isso que são, sabem do mundo, das literaturas, das políticas, das culturas, e aprender isso é magnífico. Nada é só música.

F5 News - Quais são seus planos para o futuro da sua carreira? Você já tem projetos em mente para os próximos anos?

Maria Gadú - Tenho planos, mas não conto. Gosto de cuidar das coisas assim, sem criar expectativas nem em mim, nem em ninguém.

F5 News - Você estará se apresentando em Aracaju no próximo sábado (16). O que o público sergipano pode esperar desse show?

Maria Gadú - Talvez Aracaju tenha sido a cidade que mais viu esse show, estreamos aí a turnê. O show tá mais quente, mais temperado, mais entrosado. A gente se diverte fazendo, e convidamos as pessoas a se divertirem também. Estamos felizes em voltar.