Bloco Rasgadinho resgata cultura carnavalesca de Sergipe
Entretenimento 01/02/2013 20h00Por Fernanda Araujo
Em 10 anos resgatando o carnaval de Aracaju, o bloco Rasgadinho é hoje uma das maiores manifestações carnavalescas de Sergipe. Fundado em 1962 pelo seu Leopoldo e Almari, e completando 50 anos em 2012, o Rasgadinho teve uma pausa na década de 80 após ter marcado várias gerações pelos bairros Cirurgia, Suíssa, Getúlio Vargas até o centro de Aracaju.
O antigo percurso saía do Bairro Suíssa, em direção ao Bairro Cirurgia seguindo para o centro da cidade. Com o resgate dos irmãos Robson Viana e César Viana, o bloco foi retomando espaço no coração do aracajuano. “Eu tive o prazer de conhecer e viver o carnaval de rua no bairro Cirurgia, onde eu nasci e me criei, ali é um berço cultural muito grande. Tinha escolas de samba, os calhambeques e seu Oscar. Quando tive oportunidade, eu busquei na história do carnaval de Aracaju o bloco mais antigo que era o Rasgadinho. Seu Oscar que ainda é vivo vai até hoje com a gente no carnaval”, conta um dos organizadores, o vereador Robson Viana (foto abaixo).
No primeiro ano do retorno, o Rasgadinho saía em cortejos pelas ruas com carros de som quando atraiu 50 pessoas. Já no terceiro ano aumentou para cinco mil a participação até chegar a quase 50 mil foliões no cortejo e a noite com a concentração de 80 a 100 mil, consolidando o carnaval de Aracaju entre atrações sergipanas e nacionais.
Com o bloco completando 50 anos no ano passado, os organizadores fizeram uma homenagem ao seu Leopoldo, que com 79 anos ainda participa do Rasgadinho. “Não podemos nos esquecer de Leopoldo. Ele ainda tem vigor para ir ao bloco. Espero em Deus que ele tenha ainda muitos anos de vida para que ele possa participar do Rasgadinho”, diz Robson.
Outros blocos também começaram a reaparecer ou serem criados a partir do retorno do Rasgadinho. É o que conta Robson. “Temos hoje o Galo do Augusto Franco, o Carro Quebrado, o Bloco dos Artistas. Depois que trouxemos esse bloco, criaram-se outros, Então começou a aparecer, o que é importante. A gente fica feliz, tanto o povo, quanto a prefeitura e o governo entenderam essa mensagem que Aracaju precisa ter carnaval”.
Marco cultural, o bloco tem forte viés também econômico, já que o Rasgadinho proporciona benefícios desde ao catador de latinhas até a rede hoteleira. “Depois de nosso resgate, eu acho que Aracaju voltou a alegria do carnaval de rua, a nossa raiz. É o carnaval democrático que a gente trouxe de volta”, diz Robson.
Evento
Para esquentar a folia, já acontece neste sábado (2), às 12h, a tradicional feijoada no Clube do Rasgadinho, na Rua de Riachão, onde a atração principal é o cantor Isaac Borges e a banda Indomada, oportunidade para divulgar a programação do carnaval. A camisa da feijoada custa R$ 20.
A abertura do carnaval de Aracaju será novamente à noite na avenida Pedro Calazans, com o palco principal na Rua de Maruim com Pedro Calazans e Riachão, após o cortejo pela manhã. Começando na próxima semana, de 8 a 12, esse ano está marcado várias novidades para o público. O evento contará com bares, praça de alimentação, com telão, maior quantidade de bandas sergipanas e a decoração vai ser diferenciada.
“Teremos dois palcos alternativos, um na Rua Estância, com bandinhas; outro na Rua Boquim, com DJs. Como nesse ano o nosso slogan do carnaval é a diversidade cultural, terá vários tipos de manifestações, grupos folclóricos de Lagarto, São Cristóvão e Laranjeiras. É importante que no carnaval possamos trazer também essa cultura do interior, apresentada para os turistas e para o público sergipano”, afirma Robson.
Surge também o Clubinho da Folia, voltado para as crianças que vão curtir a festa, e para a tranquilidade dos pais que poderão levar os filhos. “Aracaju nunca viu tanta gente fantasiada no ano passado, por isso pedimos que levem suas fantasias. É importante que a juventude saiba como é o carnaval de Aracaju, pois são eles que darão continuidade a essa grande festa”.
Foto principal: cortejo do Rasgadinho/arquivo pessoal
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