O novo salário mínimo vai fazer diferença no seu bolso?
Economista explica que o poder de compra continuará estagnado até 2026 Economia | Por F5 News 19/01/2025 00h00Em decreto assinado pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 30 de dezembro de 2024, foi reajustado o valor do salário mínimo, antes de R$1.412 para R$1.518 em 2025. O reajuste representa um aumento de 7,5% em relação ao valor anterior. Mas o acréscimo de R$106 reais faz a diferença no bolso do assalariado?
O F5 News conversou com o economista sergipano Sergio Roberto Santos de Santana. Ele explica que a adição da quantia vai trazer um suspiro para o consumidor, mas não impactará seu poder de compra.
“Embora o reajuste de R$106 represente um alívio para os trabalhadores que recebem o salário mínimo, estudos indicam que o poder de compra continuará estagnado até 2026. Isso ocorre porque, apesar do aumento nominal, os custos de bens e serviços essenciais também sobem, neutralizando parte do ganho”, afirma.
Santana ainda esclarece que esse aumento anual se baseia na inflação acumulada do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que busca garantir a liberdade de consumo do comprador.
“Além disso, pode ser concedido um aumento real, vinculado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Para o período de 2025 a 2030, a nova regra (estipulada ano passado) estabelece que o ganho real pode variar entre 0,6% e 2,5%, dependendo do desempenho econômico e das diretrizes fiscais”, complementa o economista ao portal.
Já para as empresas, os custos aumentam. O economista exemplifica que o acréscimo pode gerar ajustes nos orçamentos, redução de margens de lucro ou até mesmo repasse desses custos aos preços finais dos produtos e serviços, principalmente as grandes organizações. Mas isso não deve afetar o colaborador.
“Uma pesquisa indica que 30% das empresas planejam conceder aumentos salariais acima da inflação em 2025, o que demonstra uma disposição para valorizar os empregados mesmo diante dos desafios econômicos", estimula Sergio.
Um ponto que possivelmente será afetado pelo reajuste salarial, segundo o especialista, é o aumento dos gastos públicos, visto que benefícios sociais são atrelados ao salário mínimo.
“O aumento do piso salarial impacta diretamente as despesas públicas, especialmente em programas sociais e previdenciários, exigindo uma gestão cuidadosa para manter o equilíbrio das contas públicas”, explicita Santana.
“É importante notar que, embora o reajuste do salário mínimo vise proteger o poder de compra dos trabalhadores, ele também traz desafios fiscais significativos. É essencial equilibrar esses fatores para garantir a sustentabilidade econômica”, adiciona Sergio Roberto Santos de Santana ao portal F5 News.