Especialista apresenta avanços e desafios do setor do gás natural no país
Palestra sobre geopolítica da energia ocorreu no 'Diálogos Empresariais' da Fecomércio Economia | Por F5 News 07/04/2022 22h05O quadro geopolítico mundial enfrenta transformações significativas, aceleradas na esteira das tensões no leste europeu. Para o mercado de energia, as consequências para o mundo devem durar muito além do conflito armado entre Rússia e Ucrânia. A situação coloca o Brasil diante de desafios exponenciais. A temática norteou o ciclo de Diálogos Empresariais, promovido pela Fecomércio Sergipe na noite desta quinta-feira (7), no Hotel Sesc Atalaia, em Aracaju.
O palestrante da noite foi o diplomata de carreira Roberto Ardenghy, diretor da Câmara do Comércio Brasil-EUA e ex-diretor da Petrobras. Ele ressaltou que os movimentos geopolíticos, do ponto de vista energético, caminham, para a autossuficiência, de modo a permitir que outros fatores da agenda global não sejam influenciados pelo poder energético ou, no sentido inverso, que o poder energético influencie decisões políticas.
“A grande chave é como reordenar as cadeias produtivas para equalizar a demanda e a produção, porque a relação de consumo/reserva entre os países ainda é muito diferente”, apontou.
Nesse contexto, o especialista situou o gás natural como alternativa na transição energética, além de ser um insumo que pode se tornar competitivo como combustível para a indústria. E é dentro desse panorama que Sergipe se posiciona como um ator de alto potencial.
O Projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP), gerido pela Petrobras, compreende sete campos de petróleo e gás a 100 km da costa, em profundidades que chegam a 3 mil metros, com reservas substanciais e um horizonte de produção promissor, com início previsto para 2026. O SEAP inclui também a implantação de um sistema de escoamento de gás com capacidade de transporte de 18 milhões de m³/dia.
Roberto Ardenghy destacou que o país possui ambiente regulatório favorável e boas perspectivas exploratórias, com o aumento da participação de empresas privadas nacionais e estrangeiras. Para ele, o desafio é aperfeiçoar a infraestrutura nacional, inclusive do ponto de vista tecnológico, para, por exemplo, viabilizar mais alternativas para escoamento do gás natural.
“O Brasil ainda é uma grande fronteira exploratória, que nós precisamos incentivar porque apenas 8% dos territórios das bacias sedimentares brasileiras foram devidamente exploradas para a identificação da ocorrência de hidrocarbonetos”, disse.A palestra íntegra uma série de eventos que marcam um ano da aprovação da Lei do Gás, relatada pelo deputado federal Laercio Oliveira (PP-SE), que trouxe nova regulação para o setor do gás natural no país, até então monopolizado pela Petrobras.
Nesta sexta-feira (8), o governador Belivaldo Chagas (PSD) assina um protocolo de intenções para a retomada de produção de sulfato de amônio pela Unigel Agro SE.
Na segunda-feira (11), Aracaju sedia um evento sobre avanços e perspectivas do mercado do gás natural a partir da nova Lei do Gás, com participação do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. A programação terá transmissão ao vivo do portal F5News a partir das 9h45.