Confira como os universos criados por fãs podem impulsionar negócios
Segunda parte das tendências do Twitter mostra crescimento e impacto dos fandoms Economia | Por Monica Pinto 08/01/2023 23h00Como exposto na primeira reportagem dessa série, o Twitter produziu um relatório, por intermédio de seu departamento de marketing, denominado “A Conversa – Twitter Trends 2022”. O trabalho enfoca os três campos de assuntos mais abordados pelos usuários da plataforma que, na avaliação de especialistas consultados, funcionam como uma “prévia das tendências que vão movimentar conversas, as suas marcas e o seu negócio”.
A tendência número 1 foi agrupada sob o título “Sinergia de Cuidados”. Você confere agora a de número 2 – “Universos criados por fãs”.
O estudo do Twitter revela o potencial dos fandom – uma junção das palavras em inglês fan (fã) e kingdom (reino) – ou seja, “reino dos fãs”.
O fandom, em termos simples, nada mais é do que aquilo que conhecíamos no passado como fã clube, só que agora no universo digital, ou seja, totalmente desprovido de limites geográficos. Com a distância física irrelevante, pessoas de vários países podem se unir em torno de uma mesma paixão, seja por séries, filmes, livros, esportes, até hobbies, produtos ou marcas.
Há alguns fandoms especialmente notórios como o Potterheads, que agrupa fãs do bruxo Harry Potter, e o BTSArmy, dos apaixonados pela banda de K-pop sul-coreana BTS, que se autointitulam army (exército em inglês).“A propriedade de um fandom é compartilhada e os membros trabalham juntos para levar sua paixão a outro patamar”, diz o relatório do Twitter, prevendo que “os universos virtuais são apenas a ponta do iceberg do fandom online”.
A plataforma diz ainda: “Do esporte ao entretenimento e passando pela música, as condições para o crescimento de fandoms únicos e variados continuarão a existir no Brasil. Por exemplo, o Brasil ser o lar da maior diáspora japonesa do mundo resulta na ampla popularidade de séries de mangá como o One Piece. Como evolução disso, as capacidades de construção de espaços virtuais, como o Decentraland, aumentam o território disponível para o desenvolvimento de fandoms”.
Um coletivo brasileiro de fãs da banda BTS - Army Help The Planet - se uniu para incentivar os eleitores jovens do Brasil antes do pleito de 2022, conseguindo que eles tirassem seus títulos em proporção muito superior à verificada em ocasiões anteriores. “Independente do fandom que os brasileiros escolham apoiar, eles criam movimentos e impactam as ruas”, diz o Twitter.
Nós fomos convidados pelo @MidiaNINJA a engajar no mutirão do título de eleitor.
— Army Help The Planet (@ARMY_HTP) May 2, 2022
"THAT THAT" estou duvindando ? posso contar "WITH YOU"?
• Use: "#TiraOTituloARMY ARMY PELO VOTO + #FandomsPeloVoto + @bts_twt + @MidiaNINJA"
• TITULO: https://t.co/i7nLGPoQvY
• Até 13:30 pic.twitter.com/3xpRTfNZU3
O estudo avalia ainda que o Brasil é um dos maiores consumidores mundiais de reality shows, fazendo da plataforma “o lugar para os fãs se encontrarem e para os sub fandoms crescerem”. Cita como exemplo a popularidade contínua de Juliette, participante do BBB, “cuja ascensão ao estrelato nacional foi auxiliada por um crescimento de 97% nas menções de seu nome pelos fãs no Twitter”.
Como orientação no mundo dos negócios, o estudo propõe: “Estamos num mundo de fãs, por isso ouça o que eles têm a dizer e encontre novas formas de apoiar e recompensar a lealdade de cada um deles”.
E recomenda ainda: “Embora os maiores fandoms possam chamar mais a atenção, os fandoms menores e de nicho geralmente podem se alinhar à sua marca com muito mais relevância. Procure aqueles grupos cujos valores correspondem aos seus e encontre oportunidades para dar apoio e promover suas mensagens juntos”.
Na terceira e última reportagem da série, nesta segunda-feira (9), você confere a chamada Tendência 3 - "Arte movida à Tecnologia".