Violência contra a mulher é discutido por juíza no Bugio
Cotidiano 25/04/2012 11h19
A juíza responsável pela Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Sergipe, Adelaide Moura, teve uma tarde diferente hoje, dia 24. Ela saiu do gabinete e foi ao encontro da população, desta vez falar sobre o combate à violência contra a mulher e sobre o trabalho da 11ª Vara Criminal de Aracaju, especializada em receber os processos relativos à Lei Maria da Penha. O grupo de senhoras – que toda terça-feira se reúne na Associação Comunitária do Conjunto Bugio – aprovou a iniciativa.
“O que a gente vê, todo dia, é mulher morrendo. Eu mesma tive uma vizinha que apanhava direto do marido e eu quem acudia. Tem mais é que denunciar mesmo, mas muitas não fazem isso por falta de condições. Eu acho muito bom ter essa palestra aqui porque alerta as pessoas leigas, como eu, que não conhecem o que diz a lei”, enfatizou a aposentada Maria Gildete Cardoso, de 86 anos.
A ‘falta de condições’ citada pela idosa foi um dos pontos da palestra da juíza. “Muitas mulheres se sujeitam à violência porque são sustentadas pelo marido, porque não têm outra opção. Mas sabemos que, hoje, a mulher não pode ficar dependendo dessa violência porque tem onde buscar alguma forma de segurança e auxílio”, comentou Adelaide, lembrando que em Aracaju existe uma casa que abriga mulheres vítimas de violência.
Ela disse ainda que a Lei Maria da Penha é extremamente moderna e que o Judiciário sergipano tem uma Vara específica para atender os casos de violência contra a mulher. “A 11ª Vara Criminal tem uma ótima estrutura, com psicóloga, assistente social e uma sala específica para as ouvidas. A equipe da Vara tem cerca de quatro, cinco atendimentos por processo, uma média muito boa quando comparada a outros Estados”, acrescentou Adelaide.
“É difícil um fato como este: uma juíza se disponibilizar a vir até à Zona Norte falar de violência contra a mulher”, elogiou Aldcy Almeida de Souza, presidente da Federação das Mulheres de Sergipe. O Presidente da Associação Comunitária do Bugio, José Aragão Barroso, agradeceu a presença da juíza e disse que a comunidade sempre pede orientação sobre como denunciar a violência doméstica. A palestra também foi acompanhada pela coordenadora da Mulher de Aracaju, Adriana Oliveira, que conversou com Adelaide Moura para que a mesma ação seja levada a outros bairros.
Após a palestra da juíza, houve a apresentação da Cia de Teatro Arte em Ação que, de uma forma bem humorada, abordou um assunto tão delicado. A personagem principal, Maria Flor – representada pela atriz e técnica judiciária Alessandra Teófilo, lotada na Diretoria de Comunicação do TJSE – apanhava constantemente do marido, Zé Valentão. A dupla arrancou risadas da plateia, mas deixou o recado: violência contra a mulher, nunca mais!
Durante a palestra e a apresentação teatral, via-se no semblante de várias senhoras a triste recordação de momentos de violência. A aposentada Ivete Aragão é divorciada há 28 anos, mas confessou que apanhou muito do marido. “Naquela época não podíamos falar para ninguém, mas hoje eu digo para todo mundo que o certo é denunciar”, orientou. O primeiro passo é a delegacia, mas você também pode buscar informações na 11ª Vara Criminal, através do telefone 3226-3561.
Fonte: Tribunal de Justiça de Sergipe
Gestor estava internado em um hospital particular após quadro de pneumonia
Acidente aconteceu no início da noite deste sábado (16) na entrada do Povoado Tiá
Capital sergipana deve ter dia com céu parcialmente nublado, mas sem chuvas
Atividades físicas, mesmo as mais leves, realizadas horas antes dos testes podem melhorar a velocidade de processamento da memória
Linguista Igor Gadioli mostra também que, apesar de bem vinda, a tolerância tem limites