Rebelião termina após 27 horas de muita tensão
Dos dez itens reivindicados, apenas dois não foram atendidos Cotidiano 16/04/2012 18h32Por Sílvio Oliveira
Por volta das 15h desta segunda-feira (16), os primeiros reféns começaram a ser liberados do Complexo Penitenciário Joaquim Jacintho Filho, no bairro Santa Maria, em Aracaju (SE), após mais de 27 horas de negociações, tumulto, reivindicações e tensão. Ao final da tarde, os 127 familiares dos detentos já tinham deixado o presídio, além dos dois agentes penitenciários tomados como refém, supostamente, sem ferimentos graves. Apenas um agente deixou o local pela manhã com ferimentos na perna.
Um ônibus esperava que todos os reféns fossem liberados, mas vários deles reclamaram que os pertences, a exemplo de bolsa, dinheiro, chaves e objetos particulares, não tinham sido restituidos pelos policiais. “Estava tudo quebrado, um horror. Eles soltaram os cachorros, começaram a brigar e o pior, ficou dinheiro meu e chave lá dentro”, contou uma refém sobre os momentos de terror por que passou, ao entrar num ônibus que iria conduzi-la à residência.
No momento em que não se tinha mais nenhum refém dentro do presídio, policiais entraram com cães farejadores e um grupo de elite da Polícia Militar tomou o complexo para fazer a vistoria. Diversas armas foram trazidas para fora do presídio. Os presos que gritavam e se concentravam em cima do telhado do Complexo deixaram o local e somente um ficou deitado, sendo detido poucos minutos depois (foto principal).
Aos poucos, ao que tudo indicava, a ordem tomava conta do local e policiais retiraram as faixas colocadas pelos presos, que deram lugar às bandeiras de Sergipe e do Brasil, como forma simbólica de tomada do poder. “Felizmente tudo acabou bem. Vamos preservar a vida dos internos. Vamos atuar agora com a última etapa, que é a vistoria do prédio”, destacou o assessor de Comunicação da SSP, Lucas Rosário.
De acordo com o advogado dos presos, José Ronilson Menezes, dos dez itens da pauta de negociação, apenas dois não foram confirmados pelo Governo do Estado: a retirada da empresa Reviver, administradora do complexo penitenciário, e visita íntima nas celas.
Foram atendidos os oitos itens restantes. São eles: a retirada da servidora responsável pela revista; agilidade do atendimento médico; apuração de maus tratos e do abuso por parte das autoridades; revista renovada; ampliação de programação de televisão; garantia da integridade física com presença de advogados; solicitação de agilidade dos processos. “Foram negociados a saída dos familiares e dos agentes e entrada de um advogado, que fui eu e um representante dos direitos humanos”, disse Menezes.
Os cinco presos transferidos deixaram o presídio também nesta tarde - dois para o complexo penitenciário de Tobias Barreto e três para a penitenciária de Nossa Senhora da Glória (ver abaixo). Mais cinco também deixarão o Complexo no dia 23 de abril. “Tinham vários presos sentenciados em regimento fechado e foram transferidos”, ressaltou o advogado.
A Secretaria de Segurança Publica irá divulgar o resultado da vistoria, mas a assessoria de Comunicação do órgão antecipou que o complexo encontra-se bastante depredado. Como a cozinha foi tomada pelos presos, muitas facas e objetos pefuro-cortantes estavam em poder dos detidos. Também foi verificado que as celas estavam com a segurança comprometida, já que cadeados de grades foram destruídos.
Detentos transferidos
Anderson Leandro dos Santos
Jeferson dos Anjos Alkimim
Paulo Henrique de Jesus
Joselito Tavares
Marcos Rogério de Carvalho
Serão transferidos no dia 23 de abril
Geizon Bastos
José Milton dos Santos
Bruno Almeida Cruz
Jessimar Santos de Jesus
Antônio Junior Lopes da Silva
Foto: Reféns deixam complexo penitenciário
Gestor estava internado em um hospital particular após quadro de pneumonia
Acidente aconteceu no início da noite deste sábado (16) na entrada do Povoado Tiá
Capital sergipana deve ter dia com céu parcialmente nublado, mas sem chuvas
Atividades físicas, mesmo as mais leves, realizadas horas antes dos testes podem melhorar a velocidade de processamento da memória
Linguista Igor Gadioli mostra também que, apesar de bem vinda, a tolerância tem limites