O município de Laranjeiras, na região Metropolitana de Aracaju, parou nesta quarta-feira (8), quando um homem portando um facão tomou uma servidora da prefeitura como refém. Ele queria falar com o prefeito, Juca de Bala (MDB), que não estava na cidade. Jonathas Correia Santos, popular como Ektor Chiclete, tem 30 anos e se autointitula "fiscal do povo".

Usualmente envolvido nas discussões políticas na cidade, em 2020 Ektor Chiclete concorreu ao cargo de vereador pelo PDT e teve 36 votos. Mesmo fora do parlamento, atuava como fiscal e opositor da gestão, com denúncias e cobranças; dessa forma, se popularizou na cidade. Nas redes sociais, ele diz que era perseguido e ameaçado por políticos.

Em uma postagem feita ontem (7), às 23h34, Ektor Chiclete deu sinais de que algo estava para acontecer, algo premeditado. 

Na foto, ele aparece mostrando uma arma de fogo de grosso calibre e diz: “Não sei se estou sendo radical, mas na minha opinião, a corrupção só vai acabar se nós acabar um por um, Eu garanto a vocês nem a cadeia ou até mesmo a morte não será o suficiente para me castigar pelo que estou prestes a fazer”.
 
O perfil foi bloqueado em seguida.

O crime

Segundo a polícia, Ektor chegou à prefeitura por volta das 8h e disse que queria falar com o prefeito Juca de Bala (MDB), que não estava no local. Ele disse que ia esperar. Chegou a conversar com o vice-prefeito Janio Dias e com um secretário municipal. Por volta das 11h, ele teria aproveitado um momento em que não tinha ninguém por perto para entrar no gabinete, fazendo a servidora refém.

O comandante do Policiamento Militar da Capital (CPMC), coronel José Moura Neto, detalhou que o homem apresentava nervosismo, mas após o trabalho realizado pelo negociador da segurança pública, tenente-coronel Marcos Carvalho, ele ficou mais tranquilo.

“A cada passo tinha uma exigência nossa e culminou com a entrega dele sem ferimentos, quer seja dele ou da vítima", disse.

Ainda de acordo com o coronel, Ektor reclamava de muitas dívidas, que precisava de dinheiro e pedia a todo tempo para as pessoas mandarem pix. “Ele estava com um celular pedindo ajuda por mensagem. A mãe dele informou que ele está passando por problemas financeiros”, acrescentou o comandante do CPMC.

Depois de uma hora e meia de negociações, a refém foi liberada. Ektor deixou o prédio da prefeitura por volta das 12h50, escoltado pela polícia. Com ele, as equipes aprenderam um facão e uma faca tipo peixeira. A chefe de gabinete permaneceu no local, onde recebeu atendimento médico. Segundo a equipe médica, ela estava muito abalada. Por ser hipertensa, teve um pico de pressão, foi medicada e passa bem.