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Presos estão incomunicáveis após rebelião
Advogado pedirá exame de corpo delito de seus clientes
Cotidiano 18/04/2012 14h36


Por Márcio Rocha

Depois da rebelião que durou 27 horas, encerrada na segunda-feira (16), os detentos do Complexo Penitenciário Antônio Jacinto Filho (Compajaf) foram colocados todos em um pavilhão que sofreu menos danos da destruição provocada por eles durante o motim. Entretanto, segundo o advogado Robson Carvalho (foto), além de abrigar os presos em apenas um lugar, também foi suspensa a comunicação dos detentos com familiares e advogados.

“Eu recebi uma informação indicando que houve um princípio de rebelião na penitenciária nesta madrugada. E quando cheguei aqui, fiquei sabendo que não posso falar com os presos. Tenho cinco clientes neste presídio e não nos dão sequer informações para entendermos o que aconteceu”, reclama o advogado.

Segundo Robson, não prestam informações sobre o estado de saúde e integridade física dos presos, o que deixa não apenas os advogados, mas os parentes preocupados com o que está acontecendo.

“Estamos sendo cerceados no direito de falar com os presos. Quero saber qual é a condição dos presos depois dessa rebelião e se está sendo dada a garantia de integridade física dos nossos assistidos. Estou recebendo ligações de familiares, temerosos pelos seus entes queridos que estão no presídio”.

Segundo Robson, os  processos dos presos estão em curso, mas os detentos não estão sequer podendo ser informados de seu andamento. Presos que têm julgamentos para os próximos dias não estão podendo conversar com os advogados para se inteirar dos procedimentos judiciários.

“Os processos dos presos não foram suspensos. Todos estão tendo continuidade no Judiciário. E, como advogado, tenho o direito de ter acesso aos meus clientes, para poder passar a informação. Entretanto, não estão nos permitindo que falemos com os presos. Estamos cerceados de exercer nosso trabalho. Não só eu, mas todos os advogados. E nós não podemos ficar sem contato com nosso cliente”, comentou o advogado.

Desconfiado das condições de tratamento dos presos, o advogado afirmou ao F5 News que irá entrar com um pedido de exame de corpo delito para seus clientes, na intenção de saber o que aconteceu após a rebelião e garantir sua integridade física.

“Eu não sei o que aconteceu depois da rebelião. Não falei com meus clientes depois disso. Não sei como eles estão, se houve alguma agressão ou violação contra eles. Preciso saber que estão com sua integridade física assegurada; então, vou buscar o mecanismo legal para isso”.

De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça, a suspensão de visitas dos advogados e parentes acontecerá até que sejam organizadas as condições estruturais do presídio para visitação. Os presos estão bem e não houve nenhuma intercorrência com os presos após o fim da rebelião. 

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