Ipesaúde alerta para a importância da prevenção ao vírus HIV | F5 News - Sergipe Atualizado

Saúde
Ipesaúde alerta para a importância da prevenção ao vírus HIV
Ações realizadas no Dezembro Vermelho reforçam papel da luta contra o estigma das ISTs
Cotidiano 02/12/2024 09h43


O último mês do ano é marcado pela campanha Dezembro Vermelho, dedicada à conscientização sobre o HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O objetivo é não só alertar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, mas também combater o preconceito e a desinformação que cercam o tema. O Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde) tem realizado campanhas de conscientização alertando os beneficiários sobre a temática.

Muitas pessoas ainda confundem HIV e Aids, o que contribui para a perpetuação de mitos e estigmas. A infectologista do Ipesaúde Mariela Cometki explica a diferença entre eles. “O HIV, ou Vírus da Imunodeficiência Humana, é o agente causador da infecção. Se não tratado, pode enfraquecer o sistema imunológico, evoluindo para a Aids, que é a fase mais avançada da doença”.

Ainda segundo a profissional, a desinformação é uma barreira no combate ao HIV. "O HIV não se transmite por saliva, abraços, beijos ou apertos de mão. A transmissão ocorre apenas por fluidos corporais específicos, como sangue, sêmen, fluidos vaginais e leite materno".

Prevenção e diagnóstico precoce
Mariela Cometki ressalta que o uso da camisinha externa ou interna em todas as relações sexuais é o método mais eficaz para proteção contra o HIV e outras ISTs. "O preservativo é uma das formas mais eficientes de prevenção, mas deve ser utilizado corretamente em todas as relações sexuais. Além disso, estratégias como a Profilaxia Pré-Exposição (Prep) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) são ferramentas complementares importantes, especialmente em situações de maior risco", afirma. 

Ainda de acordo com a especialista, qualquer pessoa pode ser infectada. “Independentemente de orientação sexual, identidade de gênero ou classe social isso pode acontecer. O risco está relacionado a comportamentos, como relações sexuais desprotegidas e compartilhamento de agulhas, não a grupos específicos", informa. 

O diagnóstico precoce é essencial para controlar o vírus e evitar a progressão da Aids. O tratamento antirretroviral (TAR) é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e permite que pessoas vivendo com HIV tenham uma vida longa e saudável. “Com o tratamento adequado, o vírus pode se tornar indetectável, o que significa que não é transmitido durante relações sexuais”, destaca Mariela.

Superação
A história de Saullo Hypolito, beneficiário do Ipesaúde, é um exemplo de superação. Ele descobriu o HIV em 2017, após passar por diversos médicos, devido a uma infecção persistente. "Receber a notícia foi mais tranquilo porque eu sabia do que se tratava. Iniciei o tratamento rapidamente, e em dois meses, me tornei indetectável", relata.

Muitas pessoas com HIV não apresentam sintomas nos primeiros anos. Portanto, fazer o teste regularmente é fundamental. Além do HIV, outras ISTs, como sífilis e gonorreia, também podem ser evitadas com o uso de preservativos e o acompanhamento médico adequado.

Saullo hoje compartilha sua experiência para ajudar outras pessoas. “Viver com HIV nunca será o fim, mas o recomeço de uma nova história. É possível ter uma vida saudável, desde que haja acesso ao tratamento e informação”, declara. 

ISTs
As infeções sexualmente transmissíveis (ISTs), anteriormente conhecidas como doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), são infecções causadas por vírus, bactérias ou parasitas, transmitidas principalmente através do contato sexual desprotegido. Podem afetar homens e mulheres de todas as idades, sendo um importante problema de saúde pública global.

Urologista do Ipesaúde, o médico Carlos Alberto Silveira explica que uma das doenças mais comuns é o HPV, ou Papilomavírus Humano, que é um vírus que infecta a pele e as mucosas do corpo, principalmente por contato sexual. Existem mais de 100 tipos, sendo que alguns são cancerígenos.  "O HPV tem cura. Inclusive tem um alto índice de cura espontânea. Muitas vezes o próprio organismo é sábio e põe o vírus para fora. Ele é transmitido por meio do contato direto com a pele ou com a mucosa infectada pelo vírus por contato sexual vaginal, anal ou oral desprotegido, diz.

O urologista explica também que o tratamento contra HPV deve ser feito com orientação do ginecologista ou urologista e, geralmente, envolve o uso de pomadas ou ácidos para eliminar as verrugas genitais. “Além disso, em alguns casos, pode ser feita a crioterapia ou cirurgia para remoção das verrugas genitais. Nos casos de desenvolvimento de câncer de colo de útero na mulher, o médico pode indicar cirurgia de conização ou de retirada de todo o colo, quimioterapia ou radioterapia, por exemplo", afirma.

Fonte: Governo de Sergipe

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