Governo de Sergipe volta a adotar medidas restritivas contra a Covid-19
"É preocupante, estou assustadíssimo", diz Belivaldo sobre crescimento dos casos Cotidiano | Por Aline Aragão 15/12/2020 15h01 - Atualizado em 15/12/2020 23h03O governador Belivaldo Chagas anunciou nesta terça-feira (15) que vai adotar novas medidas de restrição para conter o avanço do novo coronavírus em Sergipe, entre elas, a redução da capacidade em bares, restaurantes e festas. Ele avalia que a situação do estado é preocupante e alertou para um possível colapso na rede hospitalar a partir de janeiro.
O anúncio foi feito durante a reunião com o Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (Ctcae), que avalia o cenário epidemiológico do estado. As novas medidas começam a valer a partir da próxima sexta-feira (18) e seguem até o dia 9 de janeiro. Com a medida, bares e restaurante estão autorizados a funcionar com apenas 50% da capacidade. Já festas e eventos também ficam com limite reduzido para 50% do permitido anteriormente, tanto para embientes internos, como externos. "Nós estávamos permitindo a ocupação de 75%, vamos reduzir para 50% nos bares e restaurantes. E os eventos que nós permítiamos 200 pessoas em ambiente fechado e 300 em aberto, vamos reduzir em 50%", disse.
Segundo Belivaldo, Sergipe vive uma segunda onda de contágios, com estimativa de ser pior do que a primeira. Para complicar a situação, é o estado do país com maior RT [taxa de transmissão do vírus] que está em 1.87, o que significa dizer que cada grupo de 100 pessoas contaminadas contamina outras 187.
"A segunda onda é uma realidade e teremos um pico bem maior do que o que aconteceu na primeira onda. É um crescimento de curva impressionante, uma média possível de nove óbitos por dia, se isso não retroceder, se isso não melhorar, vai significar dizer 270 óbitos por mês, e a gente tem que ser responsável", alerta.
Ele disse ainda que a corrida agora é para criar novos leitos de UTI. "Temos a possibilidade de já no mês de janeiro ter a rede estrangulada, entrando em colapso, pela quantidade de leitos de UTI. Nós estamos, nesse momento, com 138 leitos. Aumentamos mais 10 e estamos contratualizando com a Renascença, para ainda esta semana abrir mais 18", antecipou.
Belivaldo afirmou que também está tentando abrir mais 10 leitos junto ao Hospital de Cirurgia e mais 10 no Hospital Regional de Estância. "A ideia é que a gente avance, para que no mês de janeiro a gente chegue a 180 leitos de UTI, mas com o risco de isso não dar conta. Vai ficando difícil conseguir o profissional médico", disse.
Segundo o governador, as medidas adotadas serão observadas e avaliadas até o final do ano. E se, até o dia 9 de janeiro, a situação não estiver melhor, não descarta a possibilidade de fechar tudo de novo.
"Ontem fechamos o relatório de pessoas que estão internadas, no total de 272 pacientes nas redes pública e privada. Isso é preocupante, as pessoas estão morrendo nas enfermarias sem dar tempo sequer de chegar na UTI, não é que não tem vaga na UTI, é que entra em crise e acaba falecendo na enfermaria. Devo dizer que estou assustadíssimo, preocupado, e tenho que ter responsabilidade para tomar medidas. Sempre disse que a gente flexibiliza, se todos colaborarem continuaremos flexibilizando; se faltar colaboração portanto, a necessidade de fechar tudo de novo, fecha-se, sem nenhum problema. A partir do dia 9 de janeiro, se necessário for, vamos começar a fechar tudo de novo, para que a gente volte a ter a tranquilidade… Infelizmente teremos que fazer isso em defesa da vida das pessoas", disse.