Polícia Civil conclui que os PMs não têm responsabilidade na morte de garçom em Aracaju
Inquérito investigou a abordagem policial que resultou na morte de Ítalo Santos Nascimento Cotidiano | Por F5 News 03/12/2024 15h07 - Atualizado em 03/12/2024 16h59O inquérito da Polícia Civil que investigava a morte do garçom Ithalo Santos Nascimento, de 25 anos, ocorrida em 28 de outubro em um posto de gasolina de Aracaju, concluiu que não há justificativa para indicar os policiais militares envolvidos na abordagem que resultou no falecimento do jovem. A investigação, com base em depoimentos e análise de imagens do circuito de segurança do local, apontou que Ithalo desobedeceu à ordem de parada e, ao continuar andando, colocou as mãos na cintura, como se fosse sacar algo, o que levou os policiais a reagirem.
Durante a ação, um dos policiais militares efetuou um único disparo na direção das pernas de Ithalo, com a intenção de proteger a vida e a integridade física de todos os envolvidos na ocorrência. O inquérito foi encaminhado à Justiça, mas a Polícia Civil ainda aguarda o resultado de laudos periciais solicitados ao Instituto de Criminalística.
O Caso
O jovem foi morto no Bairro Coroa do Meio, na Zona Sul de Aracaju, na noite de 28 de outubro, após ser abordado por policiais militares que estavam no local para abastecer suas motocicletas. Segundo o Relatório de Ocorrência da Polícia Militar (ROP), Ithalo teria exibido um comportamento agressivo na entrada da loja de conveniência do posto e estava vestido de forma suspeita, o que gerou desconfiança sobre a possibilidade de estar portando uma arma.
Ao ser ordenado a parar, Ithalo teria simulado o ato de sacar uma arma e avançado em direção aos policiais. Em legítima defesa, conforme relatado pela PM, um dos agentes disparou contra o jovem, que foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.
Reação da Família e do Governo
A família de Ithalo aguarda o resultado dos laudos periciais e avalia a possibilidade de acionar a Justiça contra o Estado, alegando a falta de apoio psicológico após a tragédia. Em nota, o governo do Estado informou que não havia sido previamente acionado para fornecer apoio psicológico à família, mas que, assim que soube do interesse, se colocou à disposição para intermediar o acesso ao atendimento psiquiátrico adequado pela rede estadual de saúde.
Entenda
Na noite do incidente, Ithalo havia saído de casa, no Bairro Marcos Freire III, em Nossa Senhora do Socorro, e telefonado para a esposa, informando que sua motocicleta estava no Bairro São José, próximo ao bar onde trabalhava como garçom. Ele foi abordado no posto de gasolina após realizar compras na loja de conveniência. A morte do jovem gerou grande comoção, pois ele deixava uma esposa e um filho de um ano. A Polícia Militar, por meio da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), determinou uma investigação para apurar todos os detalhes da ocorrência, reiterando o compromisso com a transparência e a elucidação do caso.
O caso segue sob investigação, e as autoridades aguardam o resultado dos laudos periciais para concluir a apuração.