Curta metragem sergipano é exibido em um dos mais icônicos cinemas de São Paulo
Fotofilme o Alvorecer dos Negros no Brasil foi exibido ao Cine Belas Artes pela 6ª Edição do Festival de Cinema Independente “Kinomania Fest" Cotidiano 22/10/2024 11h00Foi nas telas de cinema da sala Mário de Andrade no Cine Reag Belas Artes, um dos mais antigos e notáveis de São Paulo, que um curta metragem sergipano foi exibido, marcando sua presença na 6ª Edição do Festival de Cinema Independente, “Kinomania Fest”, na capital paulista.
O fotofilme “O Alvorecer dos negros no Brasil: a África na brasilidade musical de Alberto Nepomuceno e nas imagens de Rugendas (Entre Batuques, Ritmos, Resiliência e Cores)" foi um dos 12 selecionados entre inscritos dos Estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. O curta faz parte de um projeto de monitoria da Universidade Federal de Sergipe (UFS) desenvolvido pela acadêmica do curso de Música Licenciatura da UFS, Shéron Joyce Díaz Morales, sob coordenação do professor Dr. João Riso Souza Liberato de Mattos.
“Para fazer a seleção dos filmes, contei com a colaboração das colegas Miriam Leite e Gabi Couto. Foi muito difícil e acirrada a decisão dos 12 selecionados numa escolha realizada as "cegas” e que passam pelos gêneros de ficção, documentário, animação e videoclipe. Cineastas de vários estados do Brasil, além de SP, participaram e trouxeram novas ideias e referências para todos”, disse Rose Figueiredo, professora adjunto na Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo e criadora e organizadora do festival.
“Fiquei imensamente feliz ao receber o e-mail da equipe organizadora da “Kinomania Fest” informando sobre a seleção do nosso trabalho, pois não é todo dia que temos a honra de nossos filmes serem projetados em uma sala de cinema de verdade, e de um cinema histórico, como o Belas Artes, que tem mais de 80 anos, e que foi resistência contra censura no período da ditadura. Fiquei muito honrada em representar Sergipe, representar a UFS com nosso fotofilme”, expressou a acadêmica, Shéron Morales.
Sobre o curta
O “Alvorecer” é um fotofilme que usa o acervo iconográfico do pintor alemão Johann Rugendas, desenhista da expedição científica ao Brasil, entre 1822 a 1824, e música "Série Brasileira" (1891) que expõe a brasilidade do compositor vanguardista Alberto Nepomuceno, abolicionista, precursor do nacionalismo musical no Brasil.
O trabalho traz questões reflexivas para dentro do campo do ensino, levantando discussões de temas atuais em sala de aula. “A criação dos fotofilmes possibilitará, em sala de aula, o debate de conteúdos históricos, além de conduzir a comunidade a uma reflexão sobre temas atuais, como as questões dos povos originários, povos afrodescendentes, o respeito à diversidade cultural e social, e meio ambiente. Ainda permitirá o diálogo sobre a obra musical brasileira e seu compositor no contexto do panorama político, social e cultural da época, democratizando o conhecimento da música erudita brasileira e o legado dos seus compositores. Contribuindo para a construção de uma plateia musical mais esclarecida e educadores mais críticos”, explicou Shéron Morales.
No rumo certoPara o coordenador do projeto de monitoria, João Liberato, flautista, criador de trilhas musicais como “Jabucunã” do “A vida é da cor que pintamos”, documentário sobre o artista plástico e cineasta baiano Chico Liberato (1936-2023) o resultado dos fotofilmes foi além do esperado. “Os resultados obtidos com a produção do fotofilme dentro do projeto de monitoria conseguiram superar os objetivos iniciais, pois além de atender às demandas de disciplinas do DMU, conseguiram alcançar um público muito mais amplo, em nível nacional. Considero esse o melhor produto didático já desenvolvido em minhas disciplinas em parceria com o monitor”, reforçou Liberato.
Trajetória
O curta “O Alvorecer dos negros no Brasil: a África na brasilidade musical de Alberto Nepomuceno e nas imagens de Rugendas (Entre Batuques, Ritmos, Resiliência e Cores)” apesar de ser um novo projeto, já se mostra promissor, reunindo participações em festivais, como: Mostra de Cinema de Ouro Preto, um dos festivais de cinema mais importantes do Brasil; Encontro da Educação - XV Fórum da Rede Kino; I Congresso Internacional de Humanidades Digitais, Cultura e Educação & II Simpósio Nacional em Mídias, Tecnologias e História; na TV da Universidade Federal de Ouro Preto (TV UFOP)e no Festival Cine Urutu, em São Paulo.
Futuro
“Considero que os resultados obtidos neste projeto da UFS se ampliarão ainda mais, isso levando em conta a qualidade dos materiais audiovisuais elaborados pela discente e o alcance dessa linguagem no mundo atual”, concluiu João Liberato.
"Que mais festivais audiovisuais, como o Kinomania Fest, continuem a existir, pois incentivam o cinema independente brasileiro e oportunizam o acesso da comunidade externa às produções audiovisuais acadêmicas", finalizou a discente de Música Licenciatura, Shéron Morales.
Fonte: Assessoria de comunicação