Caixas misteriosas voltam a aparecer nas praias de Sergipe | F5 News - Sergipe Atualizado

Caixas misteriosas voltam a aparecer nas praias de Sergipe
Os fardos se desprenderam de navio alemão que naufragou na 2ª Guerra Mundial
Cotidiano | Por Aline Aragão 28/07/2021 19h56 - Atualizado em 28/07/2021 20h01


Nas últimas semanas, banhistas de todo litoral sergipano têm relatado o surgimento de novos volumes, que lembram caixas, nas praias do estado. A Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) disse ao F5 News, nesta quarta-feira (28), que nos últimos 15 dias já foram recolhidos mais de 100 fardos do material. Além de Sergipe, os pacotes também estão aparecendo em praias no estado de Alagoas.

Segundo a Adema, o material é semelhante ao que apareceu no litoral do Nordeste em outubro de 2018 e com maior frequência em 2019, coincidindo com o episódio da mancha de óleo que se espalhou pela costa brasileira. Na época, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) descobriram a origem das caixas misteriosas. Segundo eles, o material é oriundo de um navio alemão torpedeado por tropas americanas durante a Segunda Guerra Mundial.

O que chama a atenção é que depois desse período sem relatos sobre o aparecimento dos fardos, eles voltaram a surgir nas praias. O diretor presidente da Adema, Gilvan Dias, explica que não há risco de contaminação, mas a orientação para quem encontrar o material é acionar os órgãos ambientais para recolhimento.

Gilvan também disse ao F5 News que os fardos serão destinados a indústrias que utilizam fornos, para serem usados como combustível.

Origem das misteriosas “caixas de borracha”

A descoberta feita por pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da UFC teve como ponto de partida uma inscrição que havia em uma das caixas “Product of French Indochina”, indicando que o material do navio cargueiro provinha da Indochina Francesa.

“Através dessa marcação [na caixa], fizemos uma pesquisa histórica e conseguimos identificar um cargueiro, chamado Rio Grande, que tinha uma carga de borracha com as inscrições referentes à Indochina Francesa”, explicou o professor Carlos Teixeira, um dos responsáveis pela pesquisa.

A Indochina Francesa foi colônia da França e uma das maiores produtoras de borracha do mundo. A região é formada pelo que é hoje o Laos, o Camboja, o Vietnã e uma parte da China.

Dados do Museu Marítimo EXEA revelam que o SS Rio Grande era um navio cargueiro a vapor de bandeira alemã, construído em 1939. Foi afundado em 4 de janeiro de 1944, por ordem do próprio comandante, quando localizado e interceptado pelo cruzador USS Omaha e pelo destroier Jouett, dos Aliados. Levava carga composta por cerca de 500 t. de estanho, 2370 t. de cobre, borracha crua em fardos de 245 quilos cada, e 311 toneladas de cobalto. Seu casco foi localizado pela empresa Blue Water Recovery, em 28 de novembro de 1996, a cerca de 5.700 metros de profundidade.

Ainda de acordo com os pesquisadores, o SS Rio Grande era um navio de carga utilizado para a guerra. "Era do tipo de navios muito rápidos, projetados para fugir rapidamente dos bloqueios comuns nos oceanos naquela época de guerra. O nome da embarcação também não tinha nada a ver com a língua alemã, como parte da estratégia para despistar os oponentes", explica Luiz Ernesto Arruda Bezerra, também professor do Labomar.

Edição de texto: Monica Pinto
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