Parcelamento com juros no cartão de crédito: uma ideia inteligentemente burra
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 26/02/2018 10h39O Brasil é um país no qual os custos de produção e comercialização são extremamente altos, devido, principalmente à extorsiva e estratosférica carga tributária, o que limita o acesso aos bens de consumo para grande parte da população, o Banco Central lança uma especulação sobre o mercado que deixa a todos temerosos. O BC está avaliando a criação da compra parcelada com juros sobre o uso dos cartões de crédito.
A ideia inteligentemente burra surgiu da Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que assumiu a possibilidade da cobrança de juros nas compras feitas com cartões de crédito, uma medida dura e que vai provocar um grande impacto no consumo da população. Certamente o efeito negativo da fuga do consumidor não foi cogitado pela associação formada pelos grandes bancos, que dominam 78% do mercado de máquinas de cobrança, bem como 93% do mercado de emissão de cartões de crédito no país.
A medida é nociva para o mercado, pois atinge diretamente o consumidor, que passará a pagar juros pelas suas compras parceladas. De acordo com a Abecs, a taxa de juros seria de cerca de 3% ao mês para as compras parceladas. Ou seja, uma compra de R$ 900, um televisor de 32 polegadas, poderá sair por R$ 1.200 na compra parcelada em dez prestações, o que inviabiliza grande parte população, principalmente aquelas famílias que possuem renda entre um e dois salários mínimos, a ter acesso ao produto. As empresas de cartões de crédito não se conformam em cobrar as caras, mas necessárias, taxas de anuidade, bem como os juros aproximados de 330% anuais do consumidor. Bem como a comissão do lojista revendedor, que paga entre 1 e 6% do valor da compra para a prestadora, junto com a cobrança pelo direito de utilização do equipamento de venda, a famosa maquininha, somente para que o comerciante oferte a possibilidade de pagamento por meio eletrônico com o “dinheiro de plástico”. Ou seja, as empresas administradoras de cartões ganham de todos os lados. Ainda tem um outro detalhe, as empresas às vezes demoram até 30 dias para repassar o valor da venda para a conta do vendedor. Com tanta taxação já realizada, pra quê demorar a fazer o pagamento para o comerciante?
A cobrança de juros na compra parcelada com cartão de crédito não é bem-vinda para ninguém. Isso somente vai encarecer o custo do produto para o consumidor, fazer o público deixar de fazer suas compras de uma maneira mais cômoda e que possa pagar e prejudicar o lojista, que trabalha com as vendas no cartão como recebíveis com o prazo citado acima de cerca de 30 dias. Isso também impede o comerciante de fazer suas promoções programadas, pois cria uma relação de dependência do varejista com o banco administrador do cartão.
Essa ação é um desrespeito ao consumidor e ao comerciante, que limita o acesso à compra de bens de consumo. Os varejistas enfrentarão dificuldades para ofertar produtos com preços diferenciados entre o valor à vista e o preço a prazo, com a possibilidade de apelar para a volta do velho carnê ou crediário próprio, correndo o risco de enfrentar a inadimplência.
Fecomércio internacional
Depois de missões internacionais para a Argentina e Portugal, além de receber representantes da República Democrática do Congo, a Federação do Comércio recebeu a visita de uma comitiva de empresários mexicanos que estão com interesse em investir em Sergipe. Os empresários de vários setores de atuação no mercado internacional, que vieram sob a coordenação do diretor da multinacional LibGlobal, Hector Garcia López, foram recebidos pelo diretor da Fecomércio e membro da Câmara de Comércio Exterior da CNC, Marcos Andrade, acompanhado do superintendente da entidade, Maurício Gonçalves e do presidente eleito do Sirecom-SE, Petrúcio da Silva. Na reunião foram apresentadas as potencialidades do estado para as atividades de comércio, serviços e turismo para os empresários mexicanos que demonstraram empolgação em trazer investimentos para o estado. Hector López disse que ficou muito satisfeito com a explanação da Fecomércio sobre o estado e que Sergipe tem plenas condições de atender os interesses das empresas mexicanas que desejam expandir sua atuação.
Intenção de consumo aumenta no Brasil
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 87,1 pontos em fevereiro de 2018, um aumento de 4,2% em relação ao mês passado. Na comparação com o mesmo período de 2017, o índice apresentou alta de 13%. No entanto, o resultado abaixo dos 100 pontos ainda indica uma recuperação lenta do otimismo das famílias. A desaceleração do número de demissões, aliada à trajetória favorável da inflação e queda, ainda que suave, das taxas de juros, impactou positivamente a confiança das famílias no início de 2018, segundo a CNC. A melhora recente das vendas em relação ao ano anterior levou a CNC a projetar crescimento de 5% para 2018 no desempenho das vendas do varejo ampliado/ Esse cenário se baseia na percepção de continuidade de menor pressão de preços no curto prazo, além de uma expectativa de recuo no custo do crédito e recuperação do emprego e da renda ao longo do ano.
Sincadise
O Presidente eleito do Sincadise, Breno França, se reuniu com os representantes do setor de materiais de construção, Wagner (Conectubos), Carlos Bello (JJR), Carlos (Tubolar) e sua assessoria contábil. A Executiva do sindicato, Márcia Costa e a assessora tributária, Kelly Cardoso, participaram da reunião. Os empresários relataram dificuldades para competir no mercado local em razão dos benefícios fiscais concedidos às grandes empresas. Breno afirmou não concordar com um peso e duas medidas e que irá, junto com a assessoria jurídica e tributária do sindicato apresentar à Secretaria da Fazenda um estudo mostrando a perda de arrecadação que o Estado está tendo, propondo equidade tributária para empresas do mesmo setor, garantindo o fortalecimento da cadeia produtiva de abastecimento interna de Sergipe.
O impacto da alta do dólar no bolso do brasileiro
Automedicação: Um Problema de Saúde Pública que Pode se Agravar
Nunca se gerou tanto emprego em Sergipe
Ampliação da isenção do IRPF impulsionará consumo e qualidade de vida
A Economia Global e a Divisão das Funções: Quem Faz o Quê no Mundo
Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
E-mail: jornalistamarciorocha@live.com
O conteúdo e opiniões expressas neste espaço são de responsabilidade exclusiva do seu autor e não representam a opinião deste site.