Cláudio Roberto Sousa receberá medalha Olímpica de Sydney 2000
Cerimônia de entrega será realizada no Troféu Brasil de Atletismo, em São Paulo Esporte 26/11/2020 12h53 - Atualizado em 26/11/2020 13h54"Estou muito feliz desde o momento em que recebi a confirmação de que receberia a medalha. E com a definição da data, já estou suando frio. São 20 anos de espera. Há algum tempo, eu já tinha desencanado. Desistido não, mas parei de ir atrás. De repente, as coisas voltaram a acontecer e a vontade de ter a medalha aflorou, ficou mais forte. Valeu a pena esperar. É uma bela maneira de relembrar aquela equipe maravilhosa, valorizar a conquista, que foi a única medalha do atletismo brasileiro naquele Jogos. A história da minha medalha dá um valor ainda maior a essa conquista. Posso resumir tudo isso em felicidade", celebrou Cláudio Roberto, que fez questão de agradecer a todos que o ajudaram.
"Não posso deixar de agradecer ao Comitê Olímpico Internacional, que reconheceu o meu direito à medalha, e ao COB, que fez o contato para resolver esse dilema. Também agradeço aos meus parceiros do revezamento e ao treinador Jayme Netto. Também ao Katsuhico Nakaya, meu treinador individual, uma parceria que rendeu a medalha olímpica, a participação em dois Jogos Olímpicos, um Pan e quatro Mundiais", ressaltou.
A busca pelo reconhecimento ao velocista recomeçou em 2019, quando o vice-presidente do COB, Marco La Porta, se encontrou com Cláudio em Teresina (PI), cidade-natal do atleta. A entidade, através de carta da Presidência, fez nova consulta sobre o assunto junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e, depois de uma troca de mensagens, apresentação e análise de provas e documentos, recebeu o comunicado que o COI concordava com o pedido e enviaria a medalha ao país.
"Cláudio Roberto Sousa receberá uma homenagem à altura de seus feitos para o esporte olímpico brasileiro. Sua participação nas eliminatórias foi fundamental para a prata olímpica do revezamento 4 x 100m em Sydney 2000. Mesmo com os Jogos Olímpicos adiados para o ano que vem, temos a alegria de dizer que Brasil não ficará sem medalha em 2020", afirmou o presidente do COB, Paulo Wanderley.
O presidente da CBAt, Warlindo Carneiro da Silva Filho, disse que a cerimônia no Troféu Brasil valoriza ainda mais o trabalho da comunidade do atletismo brasileiro. "Parabenizo o Claudinho, uma pessoa sensacional, pela tranquilidade com que esperou, e o COB pelo trabalho. Estamos todos felizes e emocionados com mais essa vitória do atletismo brasileiro. E, assim, teremos resgatado mais uma medalha olímpica, emblemática, porque vai ser entregue no ano em que os Jogos Olímpicos não aconteceram".
Heróis do Atletismo
Atualmente com 46 anos, o piauiense Cláudio Roberto Sousa foi o responsável por fechar o revezamento brasileiro nas eliminatórias, ao lado de Vicente Lenilson, Edson Luciano e André Domingos, com o tempo de 38s32, segunda melhor marca daquela fase. A partir da semifinal, ele foi substituído por Claudinei Quirino, que manteve o alto nível do quarteto brasileiro até a decisão, quando foi superado o recorde brasileiro da prova (37s90).
A cerimônia do pódio ocorreu no próprio estádio, em 30 de setembro de 2000. Já a medalha de Cláudio seria entregue depois, mas nunca foi recebida. No ano seguinte, o COB entrou em contato com o COI, que teria afirmado que a responsabilidade de prover a medalha era do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Sydney. Em 2003, no Pan de Santo Domingo, o velocista brasileiro ganhou um pin do COI, destinado aos medalhistas olímpicos como compensação.
A medalha olímpica será a coroação da carreira de Cláudio Roberto, que ainda tem no currículo a prata no Mundial de Atletismo, em Paris (França), e o ouro nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo (República Dominicana), ambas conquistadas em 2003. Atualmente, o velocista integra o projeto Heróis do Atletismo, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), e busca formar novos talentos no projeto esportivo da Fundação Nossa Senhora da Paz, em Teresina.
Fonte: Comitê Olímpico do Brasil