Sergipe se destaca em evento de educação cinema e audiovisual
Autora do projeto é aluna de música da Universidade Federal de Sergipe Entretenimento 07/07/2023 18h21Mais de 20 mil pessoas estiveram presentes na 18ª edição da CINEOP – MOSTRA DE CINEMA DE OURO PRETO, que aconteceu entre os dias 21 e 26 de junho, em Minas Gerais, e que teve como parte da programação o 15º Fórum da Rede Latino-americana de Educação, Cinema e Audiovisual. O Estado de Sergipe foi o único do nordeste a participar do evento internacional com o projeto “O desenvolvimento de fotofilmes como ferramenta didática para o aprendizado de História da Música no Brasil".
A autora do projeto audiovisual educativo é graduanda do Departamento de Música Licenciatura da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ela contou com a orientação do professor doutor João Liberato. O projeto que compôs a programação da 18ª CineOP, fez parte do Encontro da Educação – 15º Fórum da Rede Kino, e elevou o nome do Estado de Sergipe. “Recebemos, com muita alegria, a notícia de que o nosso projeto foi selecionado com mais 14 projetos, representando a Argentina e Brasil. Aqui pelo nordeste o único Estado que foi selecionado foi o nosso. Isto é um orgulho, pois mostra todo nosso potencial cultural e educacional”, contou Shéron Morales, sobre a experiência em representar o Estado.
A autora explicou que o projeto nasceu de uma monitoria que desenvolve pelo departamento que ela integra. “Essa proposta educativa nasceu de um projeto de monitoria do Departamento de Música, coordenado pelo professor João Liberato que propôs a construção de fotofilmes a partir de imagens do Brasil obtidas através de acervo histórico de pintores e fotógrafos que atuaram no país entre os séculos 16 a 20, associadas a músicas do repertório brasileiro compostas nesse mesmo período, como recurso didático para que os alunos pudessem imergir no período da história da música estudado”.
Cineop
O evento é considerado um dos maiores no segmento audiovisual, e já se consolidou no calendário e circuito de mostras e festivais do país como único a apresentar o cinema como patrimônio, preservação, história e educação.
O tema central da mostra foi "Memória e Criação para o Futuro" e dialogou com a Temática Educação "Cinema e Educação Digital: Deslocamentos” proposta pelo 15º Fórum da Rede Latino-americana de Educação, Cinema e Audiovisual que faz parte da programação da Cineop.
O objetivo foi propor um debate e exibir as relações entre as concepções e experiências do cinema e da educação e suas diferentes maneiras de se relacionar. A curadoria do Encontro da Educação - 15º Fórum da Rede Kino esteve a cargo de Adriana Fresquet e Clarisse Alvarenga.
Relevância
O projeto oportunizará, em sala de aula, o diálogo sobre a obra musical e seu compositor no contexto do panorama político, social e cultural da época, democratizando o conhecimento da música erudita brasileira e o legado dos seus compositores. Outra relevância é a ampliação de temas pouco debatidos.
“Além de conduzir a comunidade a uma reflexão sobre conteúdos históricos, a proposta dos fotofilmes é também levantar um diálogo sobre temas como educação ambiental, educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, diversidade cultural, temáticas que incentivem a cultura da paz na sociedade”, ressaltou Shéron Morales.
O projeto traz a importância da universidade pública no apoio a projetos como este, que fazem reflexões de temáticas pouco discutidas e elevam o nome do Estado. "Creio que este projeto trará contribuição no campo educacional e social. E um dos papéis da universidade é também esse, construir ferramentas que colaborem com desconstruções de velhos pensamentos e construção de novos saberes, além de trazer reflexões sociais." destacou Shéron Morales.
Um avanço também é a representação feminina na área acadêmica. A autora falou de sua alegria em representar as mulheres nordestinas. "Participar da Cineop foi bastante desafiador, por estar no meio de doutores e mestres da área audiovisual e da educação, sendo a única graduanda mulher e nordestina a apresentar projeto educativo. Foi enriquecedor ouvir relatos de propostas audiovisuais educativas bastante inspiradoras, com viés social e assistir debates com foco na tríade políticas públicas – cinema – educação”, acrescentou.
Para João Liberato, professor do Departamento de Música da UFS (DMU-UFS), flautista, compositor de trilhas sonoras para o cinema, como o longa metragem de animação de Chico Liberato, "Ritos de Passagem", e um dos responsáveis pela proposta audiovisual, este é um dos projetos mais relevantes que ele desenvolveu junto com monitores. "Considero o desenvolvimento dos fotofilmes a partir de imagens e músicas de importância histórica na cultura brasileira, o melhor produto didático já desenvolvido em minhas disciplinas em parceria com monitor. E esse reconhecimento se reflete também através desta seleção para ser apresentado no Encontro da Educação - 15º Fórum da Rede Kino, que faz parte da Mostra de Cinema de Ouro Preto, um dos festivais de cinema mais importantes do Brasil. O projeto foi o único do nordeste a ser selecionado."
João Liberato ressaltou também que esta proposta foi selecionada para ser apresentada em outro evento científico. "Este projeto também foi apresentado, em abril deste ano, no 1º Congresso Internacional de Humanidades Digitais, Cultura e Educação & 2º Simpósio Nacional em Mídias, Tecnologias e História. A discente Shéron teve resumo de artigo selecionado e participou de uma mesa remota onde teve a oportunidade de expor os materiais audiovisuais desenvolvidos durante a monitoria. Este projeto de monitoria conseguiu superar os objetivos iniciais, pois além de atender às demandas de disciplinas do DMU, alcançou um público muito mais amplo, em nível nacional”, concluiu o orientador do projeto.
Através do TCC da estudante de Música da UFS será criado um acervo virtual com o material produzido e este será disponibilizado aos professores de História da Música, Artes e de História do Brasil que atuam no ensino público formal (Universidade, Conservatórios de Música, Escolas Públicas) e não formal (Projetos Sociais, Museus, Bibliotecas), como instrumento didático para o ensino da Arte, da História do Brasil e História da Música no Brasil.
Agora é trabalhar em mais projetos para contribuir com a cultura sergipana. “Com certeza estou muito animada em construir novos projetos. Foi gratificante ouvir de professores e palestrantes um retorno positivo da nossa apresentação. Eles confirmaram a necessidade em sala de aula da ligação da imagem com a música" concluiu Shéron Morales.
Fonte: Assessoria de Imprensa