Humoristas sergipanas fazem campanha para ir a Festival em Fortaleza
Agnes Sandiny e Aline Negríndia buscam apoio para representar Sergipe no Festival Maria Bonita Comedy Entretenimento | Por Daniel Soares 01/03/2024 15h14Nos dias 9 e 10 de março, acontecerá em Fortaleza, Ceará, a quarta edição do Festival Maria Bonita Comedy, evento que tem a proposta de valorizar o trabalho das mulheres comediantes do cenário de stand-up comedy no Nordeste. Várias artistas do humor da região foram convidadas, entre elas, duas deverão representar Sergipe: as comediantes de stand up Aline Negríndia e Agnes Sandiny.
No entanto, a apresentação delas pode não acontecer. Isso porque as duas estão buscando apoio para custear a viagem para a capital cearense. Uma vaquinha online foi criada com o intuito de levantar recursos para a passagem, hospedagem e alimentação (totalizando cerca de R$ 3.600). Contudo, a adesão ainda é baixa, faltando poucos dias para o início do festival.
"É um encontro onde humoristas de todos os estados do Nordeste se unem pra fazer duas noites de humor. Além de representar o estado esse evento exalta a presença feminina no stand-up. Nós ainda somos um pequeno número em comparação com os homens e, algumas vezes, muito discriminadas", afirma Agnes, explicando a importância da participação no evento.
Aline Negríndia é baiana, mas mora em Sergipe há 13 anos e quer levar as cores do estado para o Maria Bonita Comedy. "Quando me perguntaram se eu queria ir pra o festival representando a Bahia, eu disse que queria ir representando o estado que me acolheu", assegura. "Achamos importante ter representações sergipanas em um evento que é Nordestino. Representa a força e alegria de mulheres na comédia e a desmistificação de que mulher não sabe fazer humor", completa.
Dificuldades da cena
O stand up é uma modalidade de humor onde o comediante faz a sua apresentação contando piadas de cara limpa, sem cenários e tratando de fatos do cotidiano. Essa forma de comédia cresceu bastante no Brasil nos últimos anos, com vários nomes surgindo. Em Sergipe, a cena do stand up é de muita luta para aqueles que resolvem seguir esse caminho.
De uma maneira geral, a falta de apoio é uma realidade. Criadora do Riso de Quinta - noite quinzenal para que humoristas locais possam ter espaço, testar suas piadas e se conhecerem melhor no palco - Aline dá um testemunho do quão difícil é encontrar adesão. "Na última edição tiveram 5 pessoas. Sabe o que é produzir uma noite e só ter 5 pessoas na platéia? É triste demais. Porque se vem qualquer pessoa de fora, lota", lamentou.
Para os que continuam, a palavra de ordem é resistência. "Vou completar 5 anos na comédia stand up, sendo que fui a única mulher por quase 4 anos. Como faço há um tempo, vejo como é difícil para homens e mulheres igualmente. Muitos desistiram e alguns seguem tentando. Mas da mesma época que comecei, somente eu persisti. Nada me incentivou a continuar a não ser, o amor por fazer rir", assegurou Agnes.