Exposição Mani Oca revela a força do saber-fazer da família Santos de Jesus
Mostra traz o olhar sobre a cultura gastronômica na Colônia dos Pintos Entretenimento 01/08/2024 11h38Composta por 18 obras, a mostra ”Mani Oca: a casa dos Santos de Jesus” traz o olhar sensível da fotógrafa Adriana Hagenbeck sobre a cultura gastronômica da Colônia dos Pintos, em São Cristóvão. A mostra, que tem curadoria de Sayonara Viana, será aberta no dia 8 de agosto, no Arquivo Público Municipal de São Cristóvão.
O dia a dia da família Santos de Jesus, que através das gerações é dedicado ao saber-fazer das comidas à base de mandioca e seus derivados, preserva a cultura e a memória do seu território. Na casa dos Santos de Jesus, localizada na Colônia dos Pintos, em São Cristóvão, são preparados alguns dos quitutes mais representativos da culinária sergipana: beiju, saroio, pé-de-moleque, beiju-molhado, mal casado, queijada e bolacha de goma, considerados patrimônios imateriais do nosso povo.
Fundada por D. Maria Eulina, a matriarca da família Santos de Jesus, herdeira do saber-fazer ancestral perpetuado através das gerações, tem hoje nas mãos de suas filhas e netos a responsabilidade de manter na tradição de mais de sessenta anos. Uma história tão saborosa quanto esses alimentos, frutos da mandioca, ou Mani Oca, como era chamada antes dos portugueses, e considerada por historiadores como o “pão do Brasil”.
“A aproximação do saber-fazer tão ancestral, herança indígena que nos alimenta através dos tempos, a dedicação e amor dessa família, me encheram de emoção e prazer em fazer esse trabalho”, conta Adriana Hagenbeck. Os registros foram captados em várias visitas da fotógrafa à Fábrica Santa Helena, local de produção dos alimentos que, quando finalizados, são distribuídos para feirantes e lojistas de todo o Estado.
O Arquivo Público Municipal de São Cristóvão fica situado na avenida Rotary, s/n, às 15h, e poderá ser visitada gratuitamente de segunda a sexta, das 8h às 16h. Através de 18 fotos, além de retratar literalmente a mão na massa de pessoas que perpetuam a potência de seus saberes tradicionais, a exposição mostra elementos simbólicos no preparo dos alimentos como o forno, a peneira, as bacias, entre outros.
Sobre a fotógrafa
Adriana Hagenbeck é sergipana de Aracaju, artista visual, fotógrafa e chef de cozinha, há mais de três décadas atuante na cena cultural e gastronômica da cidade.
Aluna do artista plástico Eurico Luiz, aos 16 anos foi premiada no Salão dos Novos Artistas Sergipanos, promovido peala Galeria de Arte Álvaro Santos. Estudos também desenho e pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro.
Entre 2011 e 2021, comandou o Café da Gente, o espaço gastronômico e artístico do Museu da Gente Sergipana, importante marco da cultura do estado.
A exposição fotográfica “Mani Oca: a casa dos Santos de Jesus“, em 2023 fez parte da programação do 51º Festival de Artes de São Cristóvão – Fasc, no Museu de Arte Sacra de São Cristóvão.
Participou também em 2022 da exposição fotográfica Territórios, realizada na Galeria J. Inácio e em 2023 da exposição Folclore: Sergipe e suas identidades, como também da exposição comemorativa dos 42 anos da mesma galeria. Em 2024 participou da mostra 13 Traços de arte e cultura, no Memorial de Sergipe.