Corredor Irmão recebe exposição Sergipe Negro e Plural
Entretenimento 09/11/2015 08h41As diversas faces da cultura negra ganharam espaço no Corredor Cultural Wellington dos Santos “Irmão”. Intitulada “Sergipe Negro e Plural – Homenagem à Yalorixá Mãe Marizete”, a nova exposição da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), tem como inspiração o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro.
A mostra, que segue aberta ao público até o dia 08 de dezembro, homenageia uma dais mais importantes entidades do candomblé em Sergipe, Mãe Marizete Lessa. “Estou muito feliz de receber esta homenagem em vida, pois morta não adiantaria de nada. Muito obrigado por este reconhecimento, não tenho nem palavras para descrever minha alegria”, agradeceu a homenageada.
Na cerimônia, o secretário de Estado da Cultura, Elber Batalha, falou que esta exposição cumpre com uma das propostas primordiais do Corredor, que é trazer as manifestações culturais para perto da gestão pública. “A gestão não pode estar longe da base social. Não adianta ter uma Secretaria de Estado da Cultura, se a população e os movimentos culturais não se sentirem integradas a este órgão. Nossa bandeira é a da cultura, considerando que o Estado é laico e, sendo assim, precisa respeitar e acolher as diversidades, as crenças e as religiões”, afirmou.
Com curadoria do diretor de Formação Edição e Memória da Secult, Mário Britto, a mostra conta com as xilogravuras de Jacira Moura Ribeiro e Vilma Rebouças, esculturas de Josemir da Silva Costa e Zeus, telas de João Santos, mosaicos de Joyce Tavares fotografias e Janaína Couvo. Para a artista plástica, Jacira Moura Ribeiro, desenvolver a temática negra em suas obras é uma paixão. “Há 18 anos, quando me voltei para a xilogravura, comecei a trabalhar com a temática do negro e desde então segui nesta linha. Tenho o maior prazer deste tema, porque representa as nossas origens”.
A mostra também traz como destaque uma série de fotografias, feitas em Angola, pelo fotógrafo alemão, Peter Schlicht. Casado com uma sergipana e residindo em Paris, Peter já recebeu múltiplos prêmios profissionais, inclusive com o reconhecimento da revista National Geographic. “A Secult teve uma feliz oportunidade de mostrar que Sergipe é plural, é negro, e que tem artistas fantásticos que desenvolve este tema. Tivemos aqui a dança, a música e as artes visuais em sua plenitude, mostrando este olhar colorido e unindo África ao Brasil através da arte”, ressaltou Mário Brito.
Durante a exposição também foi oferecido menção honrosa a personalidades sergipanas que contribuíram com a preservação e divulgação da Cultura Afro do Estado. Entre eles está a Yalorixá Maria Angélica de Oliveira, Lôxa Bárbara Cristina dos Santos, Irivan Assis Santos Silva, a professora mestra Maria Nely dos Santos Ribeiro, o dançarino Raimundo Senzala e Severo D’Acelino.
A cerimônia encerrou com a beleza e talento do grupo “Um Quê de Negritude”, do Colégio Estadual Atheneu Sergipense. O grupo apresentou a coreografia “Resistência” criada pelo professor e coreógrafo, Adriano Matos. “Em homenagem a esta grande mulher que é Mãe Marizete Lessa, criamos está coreografia focada em Iansã, a orixá que guia ela, e com referência a Oxossi, Nanã e Oxum, que também fazem parte da tradição de sua casa ,”, explicou Adriano, informando que o espetáculo completo será apresentado nos dias 23 e 24 de novembro no Teatro Tobias Barreto.
A homenageada
Mãe Marizete foi iniciada no candomblé para o Orixá Iansã por Mãe Nanã no ano 1940, recebendo o nome iniciático Oyá Matamba. Com a morte de Mãe Nanã, Mãe Marizete assumiu todas as funções religiosas e o comando do centenário Abaçá São Jorge, em Aracaju. Possui atualmente mais de 1600 iniciados no candomblé em Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Maranhão, Ceará, Espírito Santo, Alagoas, Pernambuco e Paraíba, além de estrangeiros e residentes na Itália, Portugal, Espanha, Alemanha e Estados Unidos.
O espaço fica localizado na Rua Vila Cristina, 1051, bairro 13 de Julho, zona Sul de Aracaju.
Fonte: Secult
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