Sergipe quer desenvolver setor de hidrogênio verde; conheça o mercado
No país, projetos no setor já somam investimentos de mais de R$ 188 bilhões Economia | Por F5News 08/09/2024 12h00A Política Nacional de Transição Energética, lançada no final de agosto pelo Governo Federal, prevê o investimento de R$ 2 trilhões no Brasil em dez anos e a geração de 3 milhões de empregos. Sergipe, assim como outros estados do Nordeste, busca manter o protagonismo que detêm do ramo de energias renováveis.
Uma delas é o Hidrogênio Verde (H₂V), um gás já usado como fonte de energia para transportes e para a indústria. As duas formas mais consumidas desse elemento químico são a marrom (gerado por carvão) e a cinza (gerado por metano).
Ambas são extremamente poluentes e vão de encontro à descarbonização da economia. Já a terceira é o H₂V produzido a partir de fontes renováveis. A geração via energia eólica, solar ou de biomassa garante um processo limpo e sustentável para reduzir as emissões de gás carbônico de diversos setores econômicos que utilizam a substância.
Por esse motivo, o hidrogênio verde é considerado a “energia do futuro”, atraindo os olhares de diversos mercados, sobretudo, o externo.
De olho nesse segmento, o governo de Sergipe formalizou essa semana a contratação de duas consultorias - a Ernst Young e a Souto Correia - que vão conduzir o processo de estruturação do chamado Hub de Hidrogênio Verde.
A intenção é reunir em um único estudo todas as oportunidades de Sergipe no setor de hidrogênio verde, criando um caso de negócio que facilitará o avanço das negociações com investidores atuais e futuros, incluindo potenciais parcerias internacionais.
“Esse é o início de um trabalho que visa institucionalizar de maneira estruturada no estado de Sergipe o tema hidrogênio verde, contribuindo para a criação do nosso Hub e a atração de novos investimentos”, explica o diretor de Relações Internacionais da agência Desenvolve-SE, Ademário Alves.O plano deve ser estruturado com base em dois eixos. A abordagem setorial deve contemplar indústria, transporte, eletricidade, mineral, petróleo e gás natural.
A segunda abordagem, transversal, deverá focar na elaboração de marcos legais e regulatório, no combate à pobreza energética e na criação de um ambiente atrativo para investidores.
Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), publicado em agosto passado, mostrou que já existem investimentos anunciados para mais de 20 projetos de hidrogênio a partir de fontes renováveis no Brasil, os quaisdesenv somam R$ 188,7 bilhões.
No Nordeste, cinco estados já têm projetos previstos. Sergipe quer entrar nessa lista. Para a CNI, o foco deve ser em transformar as vantagens regionais em competitividade.
“O baixo custo e alta elasticidade de oferta da geração elétrica renovável colocam o país em condição de vantagem competitiva. Por essa razão, existe a expectativa que o Brasil produza hidrogênio com um dos menores custos do mundo em 2030”, afirma a CNI.
Política Nacional
A política foi aprovada em reunião do Conselho Nacional de Política Energética. O projeto deve articular e coordenar a transição energética - processo de mudança na matriz energética para reduzir emissões de gases de efeito estufa - do País.
A ideia é que as ações sejam integradas com outros programas federais, como a Nova Indústria Brasil (novo plano industrial brasileiro), o Novo PAC (programa de desenvolvimento), a Política Nacional de Mudança do Clima e o Plano de Transformação Ecológica.
*Com informações do Diário do Nordeste