Sergipanos têm R$ 5 milhões de dívidas em atraso com cartão e consignado
SE tem o menor volume de dívidas do Nordeste, segundo estudo da FGV/Ibre Economia | Por F5 News 14/07/2023 10h30Os consumidores sergipanos possuem um volume total de R$ 5 milhões em dívidas atrasadas no cartão de crédito ou empréstimos consignados, que são descontados em folha. O número consta em um estudo baseado em dados do Banco Central, organizado pelo pesquisador associado da FGV/Ibre, Genaro Lins, a pedido do jornal Diário do Nordeste.
No ranking do Nordeste, o estado é o último em volume de dívidas inadimplentes dessas duas modalidades. O levantamento desenha um panorama do crédito na região, com foco no consignado e no cartão, que se apresentam como as modalidades mais acessadas, a primeira representando 27% de toda a carteira, enquanto o cartão responde por 20%.
“Na visão geral, nós temos um produto muito saudável, que é o consignado, e temos um produto muito complicado em termos de inadimplência, que é o cartão de crédito. De todo o crédito do Nordeste, 5,2% estão inadimplentes. Se a gente separa créditos sem garantia e com garantia, tem uma diferença grande. Sem garantia, 10,7% estão inadimplentes. Com garantia, só 2,5% estão inadimplidos”, afirma Genaro Lins.
CONFIRA O RANKING COMPLETO DO NORDESTE:
Bahia R$ 37,9 milhões
Pernambuco R$ 27,7 milhões
Ceará R$ 21,2 milhões
Maranhão R$ 11,2 milhões
Rio Grande do Norte R$ 10,5 milhões
Alagoas R$ 8,9 milhões
Piauí R$ 5,7 milhões
Sergipe R$ 5,5 milhões
O pesquisador aponta que um agravante é o fato de a população nordestina de baixa renda, que ganha até dois salários mínimos, ter 23% do crédito concentrado no cartão.
Isso porque, ainda conforme o levantamento, os juros rotativos do cartão podem chegar a 445% ao ano. Nessa faixa de renda, o consignado representa 35% do crédito.
Um segundo ponto de atenção nos dados coletados é que 70% das pessoas de baixa renda que utilizam cartão de crédito são informais, ou seja, não possuem registro de profissão.
À medida que a faixa de renda sobe, a participação desse grupo vai reduzindo para 38% na média renda e para 20% na alta renda.
A tendência é semelhante quando avaliada a carteira do consignado: 77% dos nordestinos adeptos dessa modalidade são outros na baixa renda, 14% na média renda, e 6% na alta renda.
Além de possíveis novas linhas de crédito com garantia que sejam acessíveis à população mais pobre, Lins destaca que também é importante que a legislação relacionada ao sistema financeiro seja melhor cumprida.
Ele indica, por exemplo, que as instituições financeiras, apesar de terem o argumento do lucro, não podem super endividar os clientes, e deveriam conceder limites mais compatíveis com a renda das pessoas, além de direcioná-las para as linhas de crédito mais adequadas a cada perfil.
*Com informações do Diário do Nordeste