Retomada do Carnaval pode injetar mais de R$ 8 bilhões na economia
Fecomércio Sergipe estima movimentação de R$ 40 milhões no estado durante a festa Economia | Por Monica Pinto 18/02/2023 21h00Após três anos de paralisação por força das medidas preventivas impostas pela pandemia de covid-19, o Carnaval volta com força total em todo o país, podendo gerar uma receita de quase R$ 8,2 bilhões, conforme estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), feita em janeiro passado.
A perspectiva da entidade é de um crescimento de 26,9% na receita em relação a 2022, mas ainda 3,3% abaixo do ano de 2020, a última festa dessa natureza anterior à pandemia. A própria CNC considera o período carnavalesco como o “Natal do turismo”, em razão de seu papel como indutor da economia.
“Com o Carnaval, se mexe uma cadeia gigantesca, como nos setores de fantasias, de hotelaria, bares e restaurantes, de transportes como táxi e carros por aplicativo. É tanto que as empresas de transporte intermunicipal colocam ônibus extra para as cidades, como também o transporte aéreo é movimentado, levando turistas de um estado para outro e trazendo os turistas do exterior. Isso movimenta bastante e traz recursos de um local para outro”, avalia o economista Josenito Oliveira, professor do curso de Administração da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe).
Para o professor, o impacto do carnaval para a economia é positivo mesmo para setores que tradicionalmente não funcionam nos dias da festa, devido aos feriados e pontos facultativos decretados em praticamente todo o país. O segmento do comércio, por exemplo, é indiretamente impactado pelas pessoas que antecipam as compras e se preparam com antecedência para o feriadão.
“Antes do Carnaval, é lá no comércio tradicional onde as pessoas vão fazer as suas compras de fantasias, de adereços, material para confeccionar fantasia. É lógico que no comércio tradicional, por conta desse fechamento de uns três ou quatro dias, muitos empresários se sentem prejudicados, não em sua maioria. Mas isso é uma dinâmica da economia”, pondera Josenito.
Sergipe
O Carnaval 2023 deverá movimentar cerca de R$ 40 milhões em Sergipe, segundo o estudo da Divisão Econômica da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio/SE), com base nos dados da pesquisa lançada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio) em números gerais para o Brasil.
Segundo análise da Divisão Econômica da entidade, a expectativa é de elevação considerável nas vendas de setores como bebidas alcoólicas, vestuário de fantasia e alegorias, além de calçados, vestimentas esportivas e alimentos. No campo dos serviços, os maiores impactos benéficos devem incidir sobre a hotelaria e a alimentação.
O professor e economista Josenito Oliveira vê como muito positiva a retomada das festas e eventos de entretenimento neste ano, visto que esse setor foi o primeiro a ser paralisado pela covid-19 e o último a voltar a exercer suas atividades. A estabilização de mortes e contaminações pela doença, a partir de meados de 2022, por conta do avanço da vacinação, ensejou que eventos de massa pudessem ser novamente promovidos, a exemplo da Oktoberfest de Blumenau (SC), o Rock in Rio, e prévias carnavalescas como o Carnatal (RN), o Fortal (CE) e o Pré-Caju (SE), entre muitos outros.
“Muitas festas já aconteceram neste ano e as pessoas estavam sedentas por isso. Foi muito bom para toda a cadeia de eventos e também para a sociedade de modo geral, que volta a ter acesso aos grandes eventos, que movem vários setores e empregam muita gente”, analisa Josenito Oliveira.
Com informações do Grupo Tiradentes e da Fecomércio Sergipe