Proibição da venda de brinquedos em lanchonetes divide sergipanos
Projeto de Lei é do senador Eduardo Amorim e ainda está tramitando Economia 29/08/2012 17h07Por Allana Andrade
O Projeto de Lei do senador Eduardo Amorim (PSC-SE) foi aprovado nessa terça-feira, 28 pela Comissão do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado. A ideia é que não haja ligação entre o ganho de brinquedos com a necessidade de consumir produtos em lanchonetes, portanto as redes não poderão vender brinquedos ou dar brindes, brinquedos ou objeto de apelo infantil para quem consumir seus produtos.
O texto ainda irá para comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e Assuntos Sociais (CAS), na última em caráter terminativo, antes de ser encaminhado à Câmara dos Deputados e já divide opiniões dos sergipanos.
O estudante Diego Aragão concorda com o projeto. “Eu concordo, porque acho um absurdo a venda de um sanduíche ser condicionada a aquisição de um brinquedo, ou vice-versa” informou.
Diego Aragão explicou ainda que o problema já tem início na propaganda. “A alienação já começa na propaganda. Quando uma criança vê o sanduíche, associa logo ao brinquedo, que o faz a induzir seus pais a comprar o sanduíche devido ao brinquedo. A lanchonete, por sua vez, tem como objetivo vender o sanduíche, entretanto lucra "invisivelmente" nos dois: tanto no sanduíche como no brinquedo, e é isso que eu não concordo, finaliza.
O também estudante Lourenço Reis acha a iniciativa precipitada. Ao seu ver diversos produtos se utilizam dessa estratégia. “A lógica é um tanto precipitada. De fato, uma criança pode ser levada a consumir atraída por outros fins, mas desconheço qualquer estratégia de marketing que funcione de outro modo, seja em qualquer faixa etária. É o que os neomarxistas chamam de "valor simbólico" e está presente em praticamente qualquer produto ou serviço atualmente”, afirmou.
O editor Ludwig Birkner não concorda com a iniciativa. “Discordo pois a ideia do brinquedo é facultativa, alguns sanduíches você pode comprar com ou sem o brinquedo quem resolve é o responsável pela criança e é um marketing que cada lanchonete pode usar. Uma dessas redes por exemplo, viram que as pessoas estão mais interessadas em comidas saudáveis e lançaram o sanduíche com a opção de salada no lugar da batata frita”, argumentou.
Ludwig explicou ainda que até ele gosta de comprar os brinquedos. “E tem um caso a mais que seria o meu caso, muitas vezes eu compro o lanche para ficar com o brinquedo para mim”, concluiu.
Para João Dória, estudante da UFS, os reais motivos ainda não estão bem explicados e ainda sugere uma saída para as lanchonetes. “Primeiro, ele tem que fundamentar melhor o motivo da proibição. Se fosse eu, começaria a vender meus produtos com brinquedos nos supermercados queria ver agora supermercado nao é lanchonete”, criticou.
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