Empresário diz que déficit de profissional de T.I. pode chegar a 200 mil em 2013
Jorge Santana analisa o mercado sergipano e diz que a realidade é a mesma Economia 28/08/2011 13h25Por Jaime Neto
Negócio farto. A gama de ofertas para os profissionais especializados em Tecnologia da Informação não para de crescer. Com um mercado em expansão, de porte mundial, cabe aos empresários a difícil tarefa de investir em pessoal para assumir os cargos que vão nascendo tão rapidamente quanto o desenvolvimento da modernidade. Em todo o mundo são milhares de vagas, oportunidades, esperando que alguém desfrute-as. Sergipe também está passando por um aumento significativo no número de vagas para trabalhos envolvendo T.I. O portal F5News entrevistou o empresário Jorge Santana sobre o assunto. Engenheiro formado pela Universidade Federal de Sergipe, em 1984, atualmente ele comanda a empresa Infox Tecnologia da Informação Ltda. Como líder de classe, foi dirigente da ASSESPRO Sergipe, ASSESPRO Nacional, Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (ACESE), Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB) e do Fórum Empresarial de Sergipe. Jorge Santana e ex- secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo do governo de Sergipe do governo Marcelo Déda (2007/2010). Confira a entrevista com o empresário:
F5 News - Como o senhor avalia o mercado de Tecnologia da Informação no Brasil atualmente? Para proprietários e investidores, o Brasil é, realmente, um pólo em crescimento?
Jorge Santana - O mercado de TI cresce exponencialmente no mundo inteiro e, naturalmente, no Brasil. No nosso caso, os bons ventos que vêm soprando na economia brasileira contribuem para aumentar a demanda e as oportunidades para as empresas do segmento. Não resta dúvida, portanto, que o Brasil já é um importante mercado de TI, crescendo a taxas elevadas.
F5 News - Como está a situação em Sergipe? É correto afirmar que o estado passa por um problema sério para conseguir contratar pessoas para a área de T.I.?
J.S. -A economia sergipana vem surfando na onda do crescimento da economia brasileira, consequentemente, vivenciando as idênticas oportunidades e desafios. A questão da reduzida oferta de profissionais de TI tem dimensão mundial, afetando drasticamente o Brasil e, por via de consequência, nosso Estado. Pior: é um fenômeno que atinge todas as carreiras de engenharia e tecnologia. O desinteresse pelas carreiras de exatas e a evasão em cursos superiores de educação tecnológica no Brasil chegam a 82%, segundo estudo da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). De acordo com a pesquisa, apenas 85 mil estudantes concluem, em média, a faculdade de TI – de um total de 460 mil vagas oferecidas pelas instituições de educação. As causas são diversas, mas destaco duas: a ilusão que está por trás da busca pelas carreiras de Estado e a falta de base matemática na escola regular, reflexo do investimento anual em educação por estudante, que é aproximadamente quatro ou cinco vezes menor do que a média dos países da OCDE, para a educação básica e 20% maior na educação superior.
F5 News – O senhor saberia estipular quantas vagas na área de T.I. temos hoje em Sergipe?
J.S. - Estudos revelam números assustadores: embora o setor empregue atualmente 600 mil profissionais no país, apresenta déficit de cerca de 90 mil profissionais para esse ano, de acordo com projeções do Observatório Softex. Mantendo-se o quadro atual, o déficit pode chegar a 200 mil em 2013. Mesmo sem os dados estratificados por Estado, podemos inferir que, guardadas as proporções, nosso déficit é igualmente expressivo e preocupante.
F5 News - Por que o interesse de empresas como a IBM, por exemplo, em investir em Sergipe se o número de especialista é, supostamente, pequeno?
J.S.- Ainda que lentamente, observa-se que os cursos superiores de TI de Sergipe começam a ser mais procurados e o número de graduados tem crescido ano após ano. Se considerarmos o interesse de muitos profissionais que atuam no Sudeste em mudarem para o Nordeste, em busca de melhor qualidade de vida, e a infraestrutura a ser oferecida em breve pelo Parque Tecnológico de Sergipe (SergipeTec), temos um cenário favorável à atração de grandes empresas do segmento.
F5 News - Como empresário, dono de uma grande empresa em Sergipe na área de T.I., quais as alternativas encontradas para preencher essas vagas? Sabe-se que algumas empresas investem inclusive na formação de seus futuros profissionais, visto que se faz necessário acabar com o déficit de especialistas. Esse é o caminho?
J.S. - Temos buscado alternativas que têm dado certo, sobretudo oferecendo cursos de programação de computadores para estudantes de nível médio. Outros projetos, frutos de parcerias da Assespro (Associação das Empresas de TI), Sebrae e governo do Estado estão sendo viabilizadas. Adicionalmente, a empresa oferece programas intensivos de capacitação para estagiários que, majoritariamente, tornam-se empregados logo que se formam.
F5 News - Como ex Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Turismo, que trabalhou para o governo Déda até janeiro deste ano, existe algum planejamento estadual realizado pela gestão do PT que enfatize a formação de pessoas para abocanhar esse mercado tão expansivo? Quais?
J.S. -No âmbito da atuação da organização social SergipeTec, contratada pelo governo através da Sedetec, são muitas e diversificadas as ações visando o fortalecimento do setor de TI, já que esta é uma das áreas prioritárias do Parque Tecnológico. Naturalmente a formação intensiva de capital humano é uma das prioridades e vem sendo conduzida através de parcerias que envolvem outras áreas do governo, a Assespro, o Sebrae e as instituições de ensino superior de Sergipe.
Foto: Alejandro Zambrana/media
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