Economia sergipana: perspectiva de 2015, uma média superior ao Nordeste
Economia 19/08/2012 15h00Por Fernanda Araujo
Nesta semana foi apresentada pela Junta Comercial do Estado de Sergipe (Jucese) uma média nacional de 1.500 pequenas e micro empresas fechadas somente em 2011. Em Sergipe a análise apontou para o fechamento de 872 empresas, entre 2006 e 2011. Em contraponto, em julho deste ano, a Jucese registrou a abertura de 2.220 empresas no primeiro semestre, diminuindo em 2% a extinção de estabelecimentos comerciais de 2011 para 2012.
De acordo com o IBGE, até 2009, “o setor de Serviços, incluindo também o Comércio e a Administração Pública, é o que mais gera riqueza em Sergipe, representando 66% de toda a economia sergipana. Em seguida vem a Indústria, com 28% de participação no Valor Adicionado Bruto (VAB). E a agropecuária respondendo por 6% do VAB do estado. Dentre as atividades industriais mais importantes de Sergipe estão o Extrativismo Mineral, (atividades de exploração de petróleo, gás natural e minério de potássio para a fabricação de fertilizantes; e calcário para a fabricação de cimento)”.
Sobre o crescimento da economia sergipana, a diretora do departamento técnico da Secretaria do Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia, Sudanês Barbosa Pereira (foto), fala dos investimentos que estão sendo feitos para manter Sergipe bem posicionado neste ranking.
F5 News – Como está se desenvolvendo a economia industrial em Sergipe?
Sudanês Barbosa Pereira – Sergipe é um estado em crescimento, o governo do Estado tem implantado uma política de desenvolvimento econômico extremamente proativo. Construímos a nossa política industrial em universidades, institutos de pesquisa, para a gente traçar um plano de crescimento e desenvolvimento para a economia de Sergipe. Essa política de desenvolvimento industrial abrange não somente as variáveis que dizem respeito à economia, mas o importante é que o Estado se mobilize inclusive também na ciência e tecnologia.
F5 News – Que mecanismos estão sendo utilizados para incentivar os setores da tecnologia e da indústria?
Sudanês – A gente tem instrumentos de políticas públicas para aprimorar a ciência e tecnologia através de editais de fundos não embolsáveis; temos o parque tecnológico, ambiente técnico de negócios e inovação. A política industrial está vinculada à questão de qualidade profissional, pois é importante qualificar os trabalhadores no setor produtivo. A gente tem setores tradicionais da economia sergipana, setor têxtil e confecções que estão intensivos em mão-de-obra, mas tem setores também da nova economia que está apontando, como a tecnologia da informação e biotecnologia. Possuímos uma política de qualificação profissional voltada para não só trabalhadores de setores tradicionais, mas também para esses novos setores.
F5 News – Qual a perspectiva de crescimento para a economia sergipana?
Sudanês – Fazemos um trabalho em conjunto com o Ministério de Desenvolvimento realizando mais de 130 ações e potencializando os setores prioritários da economia. Enfim, esperamos que até 2015 todos os indicadores de crescimento e desenvolvimento econômico e científico estejam na média superior aos indicadores do Nordeste. Na política industrial a gente tem um conjunto de 79 indicadores para a gente acompanhar de todos os oito setores prioritários, como biocombustíveis, tecnologia da informação, fertilizantes, petróleo e gás etc. A nossa política foi construída do mesmo modo do plano Brasil Maior, do Governo Federal. É a primeira vez que Sergipe tem uma política industrial que, além de dar incentivo fiscal, tenta melhorar o ambiente do negócio. Um ambiente no estado que seja interessante para atrair investimentos privados, ou seja, instalação de novas empresas.
F5 News – O que está sendo feito para abranger as empresas no estado?
Sudanês – São investimentos privados, por exemplo, fertilizantes tem um investimento de R$ 4 bilhões pelo projeto ‘Carnalita’ da empresa Vale. Então, esses investimentos terão impactos ao longo dos anos, a médio e longo prazos. O importante é que se construa um negócio favorável para que empresas se instalem e se estendam para a população. O interessante é que procuramos atrair empresas para que elas se instalem principalmente no interior do estado. As empresas são muito concentradas na grande Aracaju e isso provoca uma concentração de renda só nessa área geográfica. O que a gente está fazendo, desde 2007, é uma política de atração de investimentos que leve essas empresas para o interior.
F5 News – Recentemente foi divulgado que 1.500 pequenas e microempresas só em 2011 foram fechadas, 872 só aqui no estado. O que é necessário para manter um negócio bem sucedido?
Sudanês – O fechamento de micro e pequenos negócios não é um problema só em Sergipe. É um problema do Brasil e que precisa ser bem trabalhado. Acontece que, quando um empreendedor resolve abrir uma empresa, ele precisa ser acompanhado por uma consultoria que o ajude desde o primeiro momento. E o mais importante, ele precisa de um plano de negócio muito claro. Se ele tem um plano claro e objetivo, é difícil com dois anos fechar uma empresa. O primeiro passo é um plano de negócio; o segundo, ter uma consultoria. O Sebrae é extremamente importante para dar continuidade ao negócio. Não é só achar que tem um “tino” pra coisa, é importante ter ideia como vai montar e manter o negócio.
Saiba mais
O PIB sergipano atingiu em 2009 o valor de R$ 19.767 bilhões, um crescimento de 4,4% em relação ao ano anterior, levando ao 22º lugar no ranking. Este crescimento do estado foi o segundo maior do Nordeste, atrás apenas do Piauí, e o quarto do país. Além de ter apresentado taxa de crescimento superior à média do Brasil e do Nordeste. Já o Valor Adicionado Bruto coloca o estado sergipano no 5º lugar. Dados do crescimento de empregos formais entre 2006 e 2010, apontam crescimento no comércio de (15,2%), serviços (27,1%), construção civil (7,8%), agropecuária (3,7%), entre outros setores. (Fonte: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia). |
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