Confira as perspectivas de trabalho da Câmara Portuguesa de Sergipe
Ao F5 News, dois diretores explicam como a Câmara impulsiona os negócios bilaterais Economia | Por Monica Pinto 27/01/2023 20h45 - Atualizado em 27/01/2023 21h48Neste sábado, 28 de janeiro, se comemora o Dia do Comércio Exterior. A data foi escolhida por ser a da assinatura, em 1808, por D. João VI, do decreto pelo qual foram abertos os portos brasileiros a investidores estrangeiros, que passaram a poder exportar produtos da então colônia, a exemplo de açúcar. A medida também viabilizou que fossem importadas mercadorias europeias, favorecendo sobretudo as produzidas na Inglaterra.
Neste mês de janeiro, Sergipe deu mais um passo importante em prol do comércio exterior, ao implantar a 19° Câmara Portuguesa existente no Brasil. “A Câmara Portuguesa de Sergipe será capaz de criar conexões entre instituições portuguesas e o ecossistema empresarial sergipano. Nem bem começamos e já estamos fazendo negócios com o empresariado português”, afirmou o governador Fábio Mitidieri que, na cerimônia no dia 18 passado, assinou o protocolo de cooperação entre a Câmara Portuguesa e o Estado.Entre um vasto leque de autoridades, estiveram presentes o embaixador de Portugal, Luís Faro Ramos, juntamente com o presidente da Federação das Câmaras Portuguesas no Brasil (FCPCB), Armando Abreu; e o presidente da Câmara Portuguesa de Sergipe, José Gabriel Macedo Beltrão Filho, empossado na cerimônia.
F5 News foi buscar mais detalhes sobre as perspectivas desse acordo bilateral e ouviu dois diretores da Câmara Portuguesa - o de Comércio e Serviços, Lucas Uriel Lima, e o de Mercado, Dager Aguiar. Confira a entrevista.
F5 News - Por que a decisão de criar a Câmara Portuguesa? Há alguma vocação de negócios entre Sergipe e aquele país?
Câmara Portuguesa - A criação da Câmara Portuguesa de Sergipe, 19ª Câmara Portuguesa no Brasil, foi uma demanda natural proveniente do empresariado do nosso estado com o objetivo de estreitar as relações do setor produtivo sergipano com a nação portuguesa.
Quando discutimos as relações Sergipe-Portugal precisamos pensar além do fluxo comercial entre a unidade federativa e o país europeu, lembrando também da possibilidade de atração de investimentos e mão-de-obra por parte dos dois entes envolvidos.
A Câmara tem foco nos segmentos comercial, industrial, de serviços e turismo, logo qualquer intercâmbio possível entre Sergipe e Portugal em um ou mais destes segmentos poderá ser fomentado por ela.
F5 News - Já existem algumas tratativas concretas em andamento?
CP - Sim, já existem tratativas em andamento com empresários sergipanos que, com apoio e articulação da Câmara Portuguesa de Sergipe, identificaram oportunidades específicas de investimento em território português. Considerando o necessário sigilo em função das negociações comerciais em andamento, aguardaremos a conclusão e concretização das transações para a divulgação.
F5 News - Como a Câmara Portugresa funciona exatamente?CP - Além de conectar os associados com empresas e entidades portuguesas, fortalecendo as relações lusófonas e o setor produtivo sergipano, a Câmara também possui outros eixos de trabalho. Entre os fundamentais, destacamos as ações de intercâmbio cultural entre Portugal e Brasil para promoção de experiências positivas; a prestação de assistência a empresários(as) sergipanos(as) que tenham interesse no mercado português e europeu; a estruturação de missões de negócios organizadas, em colaboração com outras Câmaras de Comércio no Brasil ou quaisquer outras instituições oficiais que atuam neste eixo e, por fim, a divulgação aos associados de eventos e ações que promovam expansões comerciais entre Portugal-Brasil/SE, através das plataformas de comunicação da entidade.
F5 News - Que produtos têm maiores chances de exportação para Portugal?CP - Sergipe tem um potencial para exportação ao mercado europeu que vai desde o fornecimento de commodities energéticas, minerais e alimentícias, até a venda de manufaturados. Hoje o fluxo comercial entre os dois países está concentrado na venda de bebidas e vestuário e na compra de condutores elétricos, azeite de oliva e aparelhos mecânicos, o que significa que há um vasto potencial ainda a ser explorado pelos dois lados.
Lembrando também que, quando falamos da exportação neste caso, podemos destacar também a exportação de mão-de-obra sergipana para Portugal, pois o país hoje conta com uma carência de trabalhadores capacitados, principalmente nas áreas de construção civil, hotelaria e turismo.
F5 News - E quanto à importação? Já existe alguma negociação de produtos virem de lá para Sergipe?
CP – Há também algumas tratativas, no segmento de tecnologia, mas nesse caso, ainda estão em sigilo para não prejudicar as negociações.
F5 News – Qual foi o papel da Fecomércio Sergipe para a instalação da Câmara Portuguesa?
CP - Uma das missões da Fecomércio como entidade é justamente servir de plataforma para contribuir com o desenvolvimento do estado. Sendo assim, o apoio da Fecomércio junto à instalação da Câmara faz parte de um conjunto de ações que são desenvolvidas pela entidade dentro de um de seus pilares de trabalho desde a gestão do então deputado federal Laércio Oliveira, que é o fomento de uma maior internacionalização do setor produtivo sergipano.
Hoje, além do apoio à instalação da Câmara Portuguesa, a Federação possui escritório de representação na China; uma parceria com a Câmara de Fomento Internacional (CFI) e participa do conselho consultivo do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex) oferecido pela Apex-Brasil, entre outras ações para fomento dos negócios internacionais em Sergipe.