Alimentos pressionam inflação oficial, diz coordenadora do IBGE
Economia 06/06/2012 20h00A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), poderia ter sido ainda menor em maio se os alimentos não tivessem exercido pressão sobre a taxa. A avaliação é da coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. De acordo com dados divulgados hoje (6), o IPCA fechou maio em 0,36%, depois de registrar 0,64% um mês antes.
Ela explicou que a alta nos produtos alimentícios, cuja taxa passou de 0,51% em abril para 0,73% em maio, pode ser explicada pela menor oferta de diversos produtos no mercado interno associada a problemas climáticos.
“Os alimentos contribuíram muito para elevar a taxa que seria ainda menor se não fosse o aumento verificado em produtos típicos do consumo do brasileiro, como arroz e feijão. Observamos duas influências: a menor oferta em função da redução da área plantada e os problemas climáticos que afetaram as lavouras”, disse.
De acordo com o levantamento, o feijão subiu em média 9,1% em maio, após uma alta de 10,23% em abril. Este ano, o produto já acumula elevação de 49,25%. O arroz foi outro produto que também pesou mais no bolso do consumidor entre os dois meses. Sua taxa de variação passou de 0,44% para 2,11%.
Eulina explicou que, por outro lado, os serviços contribuíram para que o IPCA caísse quase à metade entre os dois meses. Após terem subido 0,76% em abril, em maio a alta foi bem menos intensa, 0,21%.
“É o primeiro mês que se observa essa redução tão forte em serviços, então é cedo para afirmar o que de fato está acontecendo, mas há indícios de que os preços de determinados serviços, como cabeleireiros, podem ter chegado a um nível tal que o consumidor não está aceitando maiores aumentos. O endividamento das famílias pode ter chegado a um ponto em que as pessoas têm que optar em pagar suas dívidas ou continuar cuidando da beleza, consertando a casa ou cuidando da mão de obra”, enfatizou.
De acordo com o IBGE, entre os serviços que tiveram queda no período estão passagens aéreas (-10,85%), cinema (-0,55%) e excursão (-4,81%).
Fonte: Agência Brasil
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