Usuários reclamam de atendimento do IML
Concurso para 141 funcionários diminuirá problema Cotidiano 25/01/2012 13h45
Por Márcio Rocha
Os trabalhos do Instituto Médico Legal são direcionados ao atendimento direto à população quando acontecem casos de mortes violentas, agressões, estupros e atos danosos à vida e ao corpo humano. Em Sergipe, apenas uma unidade atende todos os 75 municípios do estado e está à disposição de seus mais de 2.3 milhões de habitantes.
Serviços de necropsia, exames de corpo delito, conjunção carnal, entre outros, são ofertados pelo IML. Muitas pessoas procuram o instituto diariamente, principalmente para liberar corpos de parentes vítimas de mortes violentas, como acidentes de trânsito e homicídios.
O dever do instituto é colher elementos necessários para confirmar crimes ou constatar as causas de morte de pessoas em circunstâncias trágicas e mortes suspeitas. Contudo, alguns problemas como dificuldades para remover corpos em vários pontos diferentes do estado e horário de atendimento vêm deixando os usuários irritados.
A estudante universitária R.S.G., vítima de agressão física por parte de um conhecido em uma festa, há alguns meses, disse que passou por muita dificuldade para realizar o exame de corpo delito após prestar queixa na delegacia.
“Eu fui até a delegacia, fiz a ocorrência, fui encaminhada para o IML, mas tive que esperar 48 horas para poder fazer o exame que confirmaria a agressão que sofri, para o curso do inquérito. O IML não faz procedimentos no final de semana, isso torna até o próprio trabalho da policia mais difícil, pois não podem prender em flagrante, considerando o tempo para tal”, disse a estudante.
As irmãs Sheila Souza e Carla Christine, vítimas de agressão em um bar de Aracaju, por parte de dois homens que são pai e filho, tiveram que realizar o exame de corpo delito na segunda-feira, sendo que a agressão havia ocorrido na noite de sexta. Ambas foram até um hospital particular, com a finalidade de obter um relatório médico que identificou a agressão, pois o IML não funciona no final de semana, a não ser para remoção de corpos.
Ouvido pelo F5 News, o diretor do Instituto Médico Legal, Adelino Lisboa, informou que o Estado só dispõe de dois peritos criminais, responsáveis pela liberação de corpos para remoção dos locais de ocorrências para o IML, por isso a demora. Um perito trabalha na região metropolitana de Aracaju, enquanto outro cuida de todo o resto do estado. Por isso, segundo ele, existem dificuldades em remover corpos nos municípios, já que os corpos só podem ser liberados depois do exame técnico feito pelo perito criminal.
Sobre o atendimento de exames realizados pelo IML, Adelino Lisboa disse que em casos de flagrante, os exames são feitos imediatamente. Contudo, apenas um médico fica de plantão no final de semana, o que prejudica o atendimento. O IML trabalha com o agendamento de exames, de acordo com o que lhe é solicitado pela polícia.
Sobre o número de peritos e funcionários do IML, um concurso público foi autorizado pelo governador Marcelo Déda, para preeenchimento de 141 vagas. O concurso deverá ser realizado neste ano e contemplará a contratação de 20 médicos, 20 odontólogos, 40 peritos criminais e 61 funcionários para outras atribuições.
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