O trabalho de inteligência combinado com o apoio da população sergipana fez com que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) registrasse a marca de mais de 350 quilos de drogas retiradas das ruas em 2011. Aliado a isto, foram feitas 455 prisões traficantes no último ano.

SSP contabiliza apreensão superior a 350 quilos de drogas em 2011

A confiabilidade no trabalho de combate ao tráfico de drogas fez com que a população tivesse uma participação mais ativa, através de denúncias tanto pelo Disque-Denúncia, 181, ou pelo 190, da Polícia Militar. Em 12 meses, só o Departamento de Narcóticos (Denarc) recebeu 3.829 denúncias de tráfico, representando uma média de 319,08 por mês, ou 10,49 informações por dia.

Na estatística de 2011, verifica-se que foram apreendidos 260 quilos de maconha, mais de 50 quilos de crack e 30 kg de cocaína. Além das drogas foram recolhidas 38 armas de fogo, 48 armas brancas (facas, facões, machados, entre outros), e 68 veículos, que eram utilizados pelos traficantes. Também nesse período foram concluídos e encaminhados ao Poder Judiciário mais de 300 inquéritos policiais.

De acordo com o diretor do Denarc, delegado Marcelo Cardoso, a criação do Departamento especializado e a grande incidência do tráfico no Brasil foram determinantes para o aumento no número de apreensões de drogas. O delegado enaltece o apoio decisivo da população e a cooperação fundamental da Polícia Militar na luta contra o tráfico. “Hoje, observamos que o tráfico de drogas é a mola propulsora de vários crimes, especialmente de homicídios e crimes contra o patrimônio”, explicou, revelando que a maconha, historicamente, continua como a droga mais consumida pelos viciados. Porém, segundo o delegado, o crack é a droga que mais degrada o usuário e as pessoas ao seu redor, causando sérios problemas de saúde pública e social.

O diretor ressaltou que o trabalho do Denarc tem duas vertentes: o combate ao grande traficante, responsável por trazer grandes quantidades de drogas de outros estados para Sergipe; e ao pequeno traficante, o conhecido criminoso que é dono de uma boca de fumo. Conforme os dados do Denarc, os bairros onde se concentrou a maior quantidade de bocas de fumo em Aracaju foi o Centro, seguido do Santos Dumont, na zona norte, e ainda o América, na zona oeste.

Em relação ao gênero, os homens dominam com folga o comércio de drogas. Das 455 prisões realizadas, sendo 386 em flagrante e 69 por cumprimento de mandado de prisão, 388 foram de homens e 67 de mulheres. Nos meses de janeiro, fevereiro e setembro foram registrados os maiores números de prisões em flagrante; enquanto em junho e julho notou-se o maior número de pessoas presas por determinação da Justiça. Porém, a participação das mulheres no tráfico tem registrado crescimento. “Percebemos que o número de mulheres envolvidas no tráfico tem crescido bastante nos últimos anos”, acrescenta Marcelo.

Diretor do Denarc comenta sobre o tráfico de drogas em Sergipe

Para o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, major Carlos Rolemberg, a intensificação do policiamento motorizado em toda a capital e a parceria com o Departamento de Narcóticos e outras unidades especializadas da PM e Polícia Civil foram fundamentais para o aumento no número de apreensões de drogas. No ano passado, o Batalhão retirou das mãos dos traficantes mais de 40 quilos de entorpecentes. “Realizamos dezenas de prisões todos os meses e constatamos que a maioria absoluta destes presos têm envolvimento com o tráfico”, destacou.

Uma análise mais apurada dos dados mostra que Sergipe não aparece como produtor de drogas, mas como consumidor. “Observamos o cenário nacional e vemos que antes os grandes traficantes se concentravam nos grandes centros [Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte], mas hoje eles procuram novos mercados e, o Nordeste, de maneira geral, tem regiões consumidoras. Naturalmente, não estamos no mesmo nível da Bahia e de Pernambuco, mas diria que Sergipe hoje é um grande consumidor de drogas”, assegurou.

O cidadão que deseja colaborar com o trabalho da polícia pode ligar para o Disque Denúncia, da Polícia Civil, através do telefone 181. A ligação é gratuita e não é necessário se identificar. “Hoje todo o País luta contra as drogas. Elas hoje estão presentes não só nas grandes cidades, mas, também, nos pequenos povoados espalhados pelo Brasil. Quando assumimos a pasta elegemos como prioridade número um o combate incansável ao tráfico de drogas, pois entendemos que a atividade funciona como reboque de outras modalidades criminosas, a exemplo dos roubos, furtos, homicídios e latrocínios”, destacou o secretário da Segurança Pública, João Eloy de Menezes.

Ainda em 2011, as guarnições empregadas no serviço de radiopatrulhamento foram responsáveis pela apreensão de aproximadamente 32 quilos de crack; 32,5 quilos de maconha e 27,5 quilos de cocaína. Para o capitão George Melo, comandante da Radiopatrulha, essas apreensões são o resultado do trabalho de levantamento de informações junto à população, que vem realizando denúncias com frequência a respeito da ação de traficantes de entorpecentes ilícitos nas comunidades onde a Radiopatrulha realiza o seu trabalho. "É um aspecto, extremamente, positivo a aproximação entre as equipes policiais e a comunidade, isso reflete como resultado a segurança da população".

Da SSP