Com a proximidade da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dias 3 e 10 de novembro, muitos estudantes demonstram ansiedade e sentem a pressão da prova tão importante para seus projetos futuros. O receio de um desempenho ruim e a ideia de que a vida dos vestibulandos depende de sua entrada na universidade na primeira tentativa são alguns dos fatores que contribuem para essa inquietação. Em conversa com o F5 News, a estudante Vitória Ellen Silva Fraga, que está no 3º ano do ensino médio, comentou sua preocupação ao ver chegando aa datas da provas.  “Minhas emoções ficam meio conturbadas e estou muito ansiosa", afirmou.

O portal entrevistou a psicóloga Acácia Chagas Almeida Marques, para quem a ansiedade nesse período é normal, mas é importante manter uma perspectiva positiva em relação à prova. 

“A psicologia nos ensina que sentir medo de falhar faz parte do processo. Porém, é igualmente válido nutrir a esperança de que você pode ter sucesso. Foque na preparação e na prática, e saiba que, com esforço, você pode, sim, alcançar seus objetivos", aconselha a psicóloga.

O vestibulando Luciano Maciel Filho vê as áreas de linguagens e matemática como desafiadoras e aborda o funcionamento de sua rotina de estudos nas vésperas do Enem. “Geralmente estudo durante a noite depois que chego da escola e também aos finais de semana, os quais são bem melhores porque não tem muita coisa para eu fazer”, contou ao portal.

Acácia orienta que momentos de lazer devem estar presentes no cotidiano de quem se prepara ao exame: “Reservar momentos de lazer e descanso é essencial. Esses momentos permitem que a sua mente e o corpo se recuperem, tornando-nos mais preparados e relaxados no dia da prova”.

A estudante Vitória Ellen busca essa conciliação. “Na semana tento focar nos estudos e nas obrigações e ter recreação aos finais de semana”, comenta ela, que pretende ingressar no curso de direito.

A psicóloga Acácia Marques afirma que, sob pressão, o cérebro ativa sistemas de sobrevivência que estão associados a emoções intensas e reações instintivas. "Isso significa que ficamos em um estado de 'luta ou fuga', desviando nossa atenção do que realmente importa na prova e dificultando o pensamento claro para tomada de decisões, planejamento e resolução de problemas", diz ela. "Como resultado, se não cuidarmos do nosso estado emocional antes da prova, podemos ter dificuldades para lembrar do que estudamos e para resolver questões de forma assertiva”, completa.

Como providências eficazes para equilibrar a ansiedade, deixando-a em nível razoável, a psicóloga cita evitar o sedentarismo.  “Quando nos movemos, nosso corpo libera neurotransmissores como a endorfina, que geram uma sensação de bem-estar e ajudam a aliviar o estresse. Isso nos permite liberar a energia acumulada pelos pensamentos ansiosos e nos deixa mais presentes no momento", diz.

Outra recomendação da profissional são boas noites de sono. "Quando dormimos bem, nosso cérebro tem a chance de processar as emoções e consolidar as informações que aprendemos”, afirmou ainda ao F5 News.

A pressão por um bom desempenho pode ser um inimigo dos estudantes. Acácia afirma que a junção do apoio familiar com a ajuda de um profissional contribuem para a produtividade no exame. “Uma maneira eficaz de lidar com essa pressão é compartilhar seus sentimentos com amigos e familiares. Eles podem oferecer apoio e acolhimento, ajudando a aliviar a ansiedade. E não hesite em buscar ajuda profissional, se necessário; um psicólogo pode ser mais um suporte para lidar com suas emoções e desenvolver estratégias para enfrentar esse momento”, assegura.

Por fim, ela dá uma ajuda para ajudar na hora da prova: "caso fique muito nervoso, é respirar fundo. Inspire, segure e solte o ar devagar. Depois, olhe ao seu redor e fale consigo mesmo sobre o que vê, como as cadeiras ou o quadro. Isso pode te ajudar a ficar mais presente e a se concentrar melhor”.